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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ideal da Felicidade

Em nossa cultura há tantas questões incoerentes. Há um tempo, as campanhias publicitárias vem tentando vender o ideal de felicidade. Será isso mesmo possível? O controle que as grandes empresas tem sobre a sociedade é tão grande que parece um roteiro de ficção com padrões Hollywoodianos. Se qualquer pessoa olhar em volta percebe facilmente que não se pode mais estar triste. Sim, digo 'estar' triste e não 'ser' triste. As pessoas tem que demonstrar o tempo todo que estão bem e felizes. Hipocrisia pura!
Ninguém é feliz o tempo todo. Todo ser humano tem momentos de agonia, tristeza, vontade de chorar....
O meio social instala a crença de que qualquer tristeza já é Depressão. Será por isso que a Depressão se torna cada vez mais popular? Tenho certeza que todos nós já conhecemos ou convivemos com alguém que diz (ou disseram pra ele) ter esse transtorno psicológico. A felicidade é muito relativa, cabe a cada um encontrar o que lhe faz bem, a curto e longo prazo. Não é  "abrindo a felicidade" que tem dentro da Coca-Cola que você vai ser feliz, no máximo o consumo exagerado da Felicidade da Coca vai te deixar com gastrite. As pessoas podem e precisam estar sozinhas, se sentir angustiadas as vezes, sentir triste mesmo. A pílula da felicidade não existe e se sentir perdido pode ser o primeiro passo para se encontrar.

Vou caminhar e me deprimir. Eu tô louco pra ficar triste. Eu nunca posso — tem sempre alguém do meu lado que merece ficar triste mais do que eu. Agora que tá todo mundo bem, eu vou aproveitar e me deprimir. Mas vocês não se preocupem, é coisa de uma hora só, no máximo. Eu caminho pelo mato. Me deprimo. Aí deito deprimido, durmo deprimido e acordo morto de fome.
Do curta-metragem Estrada, com direção de Jorge Furt.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Há razão na loucura!

É eu sei.
Só não consigo entender.
Sou prolixo, que nem minha alma também é.
Mente, alma, psiquê... seja lá o nome que se deseja dar,
eu tenho!
Tenho tudo isso, no vazio intangível do meu ser.
É vazio, mas existem espectros lá.
Esquizofrênia, não!
Complexos, talvez!
Loucura, sim!
Os loucos são aqueles que dizem não ao convencional
e partem por caminhos desconhecidos.
Eles descobrem, (des)constroem, provam que o impossível é só
questão de opinião mesmo.
Ser normal é se enquadrar em algo pré-definido por pessoas que nem
me conheceram, não sabiame do que gosto e nem do que preciso.
Então sou louco?
Bem menos do que gostaria de ser.
Queria mesmo ousar mais, me lançar...
e ver até onde consigo chegar!