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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Talvez

Incertezas. Era o que Ele pensava, mas não poderiam ser certezas incertas também?
Era exigir demais, esse tipo de reflexão não cabia no momento.
Mais uma vez os acontecimentos que antes eram sólidos se tornaram líquidos.
Derreteram mesmo, apesar de ainda poderem se solidificar.
Então se conheceram, mais que isso, se envolveram.
Eles se amaram, eram amantes, amigos e namorados também. Mas o terreno não era seguro,
parecia se mover rápido demais, desestabilizando assim, quem sobre ele estivesse.
Como era bom os carinhos e os abraços que eles compartilhavam um com o outro! Isso ainda existe, e existe porque está vivo. Tudo guardado em forma de lembranças.
Mas o ritmo de um era diferente do outro, pura artimanha do destino, que muitas vezes parece não colaborar nenhum pouco, ou talvez colabore até demais e não é reconhecido.  Um queria amar, e este quando ama é intensamente, enquanto o outro queria só ficar, afinal acabara de sair de um relacionamento longo, há pouco tempo. Os objetivos não eram os mesmos, e essa frase é carregada de sentido!
Meu ritmo não é o seu, o que eu quero não é o que você quer, é basicamente isso!
Não se pode acorrentar o coração de  ninguém.
Talvez se eles tivessem se conhecido em outro momento, ano que vem, ou na próxima década quem sabe, tudo teria sido diferente.
A aprendizagem fica no sentido de que amar alguém não é suficiente para manter uma relação. Ninguém vive só de amor... talvez Eles tanham muito que aprender um com o outro.
Talvez  aprendizagem seja a palavra para descrever  4 meses de relacionamento.
Talvez...


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Minimalismo



Essa semana, enquanto voltava de uma viagem a minha cidade natal, dentro do ônibus eu observava a paisagem pela janela. Sempre gosto de me sentar próximo a janela! O clima estava perfeito, e a poucas coisas gosto de atribuir a palavra perfeito. Podia sentir o vento, uma brisa suave e gélida batendo em meu rosto, bagunçando meu cabelo, e me fazendo ter certeza de que existe vida dentro de mim. Foi então que comecei a refletir sobre alguns aspectos de minha vida, de como me faz bem apreciar coisas simples, digo simples de verdade, de um minimalismo tão grande que se torna invisível aos olhos de muitas pessoas. E não deveria! Lembrei de como era bom os banhos de chuva que eu tomava na infância, de como era bom comer o resto de bolo de chocolate que sobrava, o quanto a natureza me faz bem. Esses momentos Meus, de mim para mim mesmo são essenciais para minha existência, sou um ser sociável logicamente, mas extremamente necessitado de Momentos de solidão. Dos meus momentos eu não abro mão. Olhando as nuvens me perdi numa infinitude de formas e cores, o crepúsculo se aproximava, e o espetáculo parecia não ter fim. Minhas palavras nesse momento me fazem lembrar de Clarice Lispector e sua forma peculiar de abordar assuntos existenciais, tão simples e obvios que tocam qualquer leitor. Adoro quando ela diz que o óbvio é a verdade mais difícil de ser enxergada. E aquilo tudo para mim era obvio, era simples... mas era incrível.