__ Sente-se.
Disse Mauro.
__ Obrigado, então conte-me tudo que se passa com você, amigo.
Sentados ali um de frente para o outro, com o ar dançando em volta deles, Mauro contou ao amigo tudo....
__... eu sei que não fui enganado,ele sempre deixou bem claro que não queria namorar. E eu aceitei isso! Mas havia algo em mim que ainda acreditava. E aquela marca? Eu acreditava que talvez tudo mudasse depois do ano novo. Acaso não é no ano novo que os sonhos se realizam?
__ Ao menos é o que dizem. Disse o amigo.
Mauro parecia não escutar, ele queria falar, pois precisava se expressar!
__ E quero um amor, uma paixão com tesão, e não importa se irá durar 6 dias, 2 anos ou 20. Eu quero que seja intenso, isso é amor. Então, eu disse que não iria cobrar nada dele, só o que ele pudesse me dar, mas afinal o que ele poderia me dar? Talvez eu nunca saiba...
__ Talvez só de não cobrar você já o fizesse. Interrompeu o amigo fazendo leves gestos com as mãos.
__ Ele me deixa confuso amigo, se não quer algo sério por que não me deixa distanciar? E o pior, soube que ele está conhecendo outro rapaz. Dizia Mauro olhando no fundo dos olhos do amigo enquanto imaginava o roxo escondido embaixo do braço.
__ Então, vim embora por que eu disse que não ia cobrar nada e se ficasse para conversar eu sei que iria acabar deixando algo escapar, algo que talvez devesse ficar só pra mim. E sabe, meu amigo, ele disse que queria conversar comigo. Eu não consigo disfarçar como estou, meu humor não é camuflável. É fácil saber como estou, portanto se me ver partindo 'aparentemente' sem rumo, deixa.
E ali por alguns segundos, ou seria minutos? O tempo passou, o silêncio só foi incomodado pelo vento que brincava ao balançar as folhas de uma árvore, desconhecida por Mauro.
__ Obrigado amigo, você me deu o que é mais difícil de se encontrar: sua escuta ativa. Essa escuta é genuína, um lugar onde eu posso dizer o que eu quiser sem ter medo de julgamentos. Obrigado.