Perco o sono, enquanto perco o rumo. Barulhos baixos
ensurdecedores ecoam pelo quarto, chegam na sala e não dizem adeus, mesmo com a
porta já aberta. Mesmo sendo 7 da manhã, meus sentimentos já agitam dentro de
mim. Sou como uma casa para eles, são como “filhos” para mim, sempre voltam. O
tempo, ele não quer resolver isso para mim! Primeiro identifico uma angústia,
depois um vazio, que pode ser só fome. Logo após, o pior sentimento: solidão.
Esse corroe e me faz lembrar de você, mesmo sabendo que você já não lembre mais
de mim. Incertezas completam essa nuance, e me trazem a certeza de ser essa,
uma história inacabada. Eu, apenas um jovem adulto, mas com uma idade emocional
amorosa beirando a adolescência. Não deu para perceber? Como um garoto de
quinze anos que acorda com uma imensa espinha no rosto. Fui pego de surpresa ao
perceber a paixão, o fogo, o desejo de estar. Era muita coisa para um
adolescente de vinte e poucos anos, cheio de espinhas emocionais aguentar, então
ela veio toda sorrateira: a incerteza. Será que você realmente gosta de mim?
Sabe quando o seu pior inimigo é você mesmo, foi assim... Não conseguir lidar
com um sentimento me fez agir assim,
inconsequente. Era tudo uma defesa, eu agi para me preservar. Hoje já sou
grande o suficiente par entender que todo relacionamento não termina somente de
um lado, ambos foram responsáveis de alguma maneira. Assumo sua culpa, a minha
sempre me pertenceu. Hoje, depois de alguns anos, eu ainda percebo que amo
você.. e por amar eu deixo a vida levar, como as ondas do mar... o que for
realmente meu, um dia voltará. Se isso não acontecer, melhor assim, cabeça
erguida e peito aberto para o que a vida
ainda há de me reservar.