quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Saudades...
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Talvez
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Minimalismo
Essa semana, enquanto voltava de uma viagem a minha cidade natal, dentro do ônibus eu observava a paisagem pela janela. Sempre gosto de me sentar próximo a janela! O clima estava perfeito, e a poucas coisas gosto de atribuir a palavra perfeito. Podia sentir o vento, uma brisa suave e gélida batendo em meu rosto, bagunçando meu cabelo, e me fazendo ter certeza de que existe vida dentro de mim. Foi então que comecei a refletir sobre alguns aspectos de minha vida, de como me faz bem apreciar coisas simples, digo simples de verdade, de um minimalismo tão grande que se torna invisível aos olhos de muitas pessoas. E não deveria! Lembrei de como era bom os banhos de chuva que eu tomava na infância, de como era bom comer o resto de bolo de chocolate que sobrava, o quanto a natureza me faz bem. Esses momentos Meus, de mim para mim mesmo são essenciais para minha existência, sou um ser sociável logicamente, mas extremamente necessitado de Momentos de solidão. Dos meus momentos eu não abro mão. Olhando as nuvens me perdi numa infinitude de formas e cores, o crepúsculo se aproximava, e o espetáculo parecia não ter fim. Minhas palavras nesse momento me fazem lembrar de Clarice Lispector e sua forma peculiar de abordar assuntos existenciais, tão simples e obvios que tocam qualquer leitor. Adoro quando ela diz que o óbvio é a verdade mais difícil de ser enxergada. E aquilo tudo para mim era obvio, era simples... mas era incrível.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
(Des)construção
Talvez nada pode ser tão perigoso,
do que sentir.
Meio termo não se aplica ao sentimento.
É leve e suave, ou devastador como um furacão.
Eu quero, quero muito que tudo fique bem entre nós.
Estou aprendendo.
Não importa o quão inseguro você está,
Não importa como foram seus relacionamentos antes de mim,
podemos Desconstruir tudo e depois construir de novo.
Construir uma realidade para nós. Só para nós.
Ninguém poderá entrar nela, é Nossa!
Essa construção é mútua, só terá fim quando deixarmos de ser
rascunho e passarmos a ser arte final, no leito de morte.
Vamos Construir ?
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Ideal da Felicidade
Ninguém é feliz o tempo todo. Todo ser humano tem momentos de agonia, tristeza, vontade de chorar....
O meio social instala a crença de que qualquer tristeza já é Depressão. Será por isso que a Depressão se torna cada vez mais popular? Tenho certeza que todos nós já conhecemos ou convivemos com alguém que diz (ou disseram pra ele) ter esse transtorno psicológico. A felicidade é muito relativa, cabe a cada um encontrar o que lhe faz bem, a curto e longo prazo. Não é "abrindo a felicidade" que tem dentro da Coca-Cola que você vai ser feliz, no máximo o consumo exagerado da Felicidade da Coca vai te deixar com gastrite. As pessoas podem e precisam estar sozinhas, se sentir angustiadas as vezes, sentir triste mesmo. A pílula da felicidade não existe e se sentir perdido pode ser o primeiro passo para se encontrar.
Do curta-metragem Estrada, com direção de Jorge Furt.Vou caminhar e me deprimir. Eu tô louco pra ficar triste. Eu nunca posso — tem sempre alguém do meu lado que merece ficar triste mais do que eu. Agora que tá todo mundo bem, eu vou aproveitar e me deprimir. Mas vocês não se preocupem, é coisa de uma hora só, no máximo. Eu caminho pelo mato. Me deprimo. Aí deito deprimido, durmo deprimido e acordo morto de fome.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Há razão na loucura!
Só não consigo entender.
Sou prolixo, que nem minha alma também é.
Mente, alma, psiquê... seja lá o nome que se deseja dar,
eu tenho!
Tenho tudo isso, no vazio intangível do meu ser.
É vazio, mas existem espectros lá.
Esquizofrênia, não!
Complexos, talvez!
Loucura, sim!
Os loucos são aqueles que dizem não ao convencional
e partem por caminhos desconhecidos.
Eles descobrem, (des)constroem, provam que o impossível é só
questão de opinião mesmo.
Ser normal é se enquadrar em algo pré-definido por pessoas que nem
me conheceram, não sabiame do que gosto e nem do que preciso.
Então sou louco?
Bem menos do que gostaria de ser.
Queria mesmo ousar mais, me lançar...
e ver até onde consigo chegar!
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Decifra-me

Ele não sabia, talvez não quisesse, embora sabia que queria. Mas igualmente incerto,
que nem o dia de amanhã, Ele se encontrava.
Aquela angústia, maldita angústia que fincara no peito, queria sair. Se libertar em forma
de um choro, sem lágrimas, mas é um choro! Um choro de alma, talvez do coração! Mas o coração chora? Pensava Ele. Não entendia, mas sabia. A saudade era tanta que beirava ao insuportável. Aquela pessoa que a tão pouco tempo conhecia, já havia conquistado um espaço maior do que se podia dar! O coração que antes era de pedra, ainda assim continua. Mas é uma pedra que bate, que pulsa e como pulsa! As vezes até dispara. Não o peça para se explicar, Ele não vai conseguir! Explicações não podem traduzir algo que é novo, e é novo porque antes nunca fora sentido, não de forma tão intensa. É um terreno tão lindo que Ele se jogaria de ponta cabeça, mas o medo de quebrar o pescoço o impede, o paralisa. É um misto de sensações, talvez uma invenção delas! Mas era. Existia. E existia porque Ele sentia. Seria amor? Ele não sabia, e nem queria saber. Bastava só sentir! E estava sentindo. Tanto que era até perigoso. Mas o jeito de ser dele parece que atrapalhava, um braço era curto demais. Não se ajeitava! Ou pelo menos achava que não. Sua forma de ser era deveras única, como todos os corpos também o são. Era meigo, doce e sensível, mas ao mesmo tempo era tão rude e inacessível! Talvez estivesse se descobrindo. É deve ser isso, Ele estava se construíndo. Talvez fosse um rascunho, cuja arte final só estaria pronta no leito de morte. Daí não existiria mais, ou não? Talvez depois de pronto Ele fosse morar no céu, ao lado de Madre Teresa e São Francisco. Mas agora, enquanto rascunho, Ele só sabia que Ele sentia, e isso já estava de bom tamanho. De poucas palavras, Ele fere facilmente! Mas tem bom coração, isso tem. Parece que a capacidade de odiá-lo estava intrinsicamente ligada a habilidade de amá-lo. Ele sabia perdoar, sabia respeitar a vida de outros seres que como Ele, eram humanos. Mas era irritável também, sempre sentindo. Não parava de sentir! Até onde isso chegaria? O sentimento se tornava verbal, as palavras proferidas nem sempre eram aquelas que queriam ser ouvidas. Mas de uma coisa Ele não se arrependera, de ser sincero! Foi sentindo que Ele resolveu dizer: " Não consigo decifrá-lo, e isso me irrita. Prefiro me afastar de você".
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
(A)prendendo

Sou livre, mas simbolicamente a prisão armou sua tenda ao lado, muito próxima a mim.
Aprendi que a liberdade para muitos é só mito!
Estou aprendendo que a liberdade pode ser a destruição de seres que sem a base de valores e normas sociais, ficam sem chão.
Não conseguem se estabilizar sem um referencial!
Agora só as grades em minhas janelas não bastam, tenho também, cerca elétrica em todo arredor de minha casa.
Mas ainda não me sinto seguro. Faltam ainda as câmeras de vigilância e um segurança pessoal.
Dia desses vi um policial a prender um sujeito na rua, perto de casa. Ele vai para um lugar com muita vigilância, cerca elétrica, câmeras e grades. Esse lugar, por incrível que pareça, não é a minha casa.
sábado, 17 de julho de 2010
Sem nomes

quarta-feira, 30 de junho de 2010
Vida!

Uma palavra que fala por si. Carrega tantos sentidos que, na tentativa de decifrá-los se tornam quase indecifráveis. Um falar inaudível, um audível falado. É tão bela e sublime, um quase subliminar.
É vida. Nada mais!
É multifacetada, não por conter várias facetas, mas por suportar tamanha variedade de expressão.
Independente de como é concebida, não deixa de ter vida aquele que com ela nasceu. Deixa de ter consciência da existência, o que impede de sentir. Vida que não é sentida não é vivida.
Alegria é perene, um dia ela passa, mas deixa lembranças que a fazem voltar, como uma boa filha volta a sua casa, ou seja, a vida das pessoas.
Vida também é luta. Sou um guerreiro sem armas de fogo, mas com uma chama ardente motivadora dentro de mim. Nada de espadas, escudos ou arpões. As cores são excelentes aliadas, são elas que fazem a magia acontecer. Tem o poder de fazer do cotidiano um espetáculo. Todos os dias o mesmo palco, mas nunca com o mesmo enredo.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Iniciado na vida

Tudo já estava construído.
Desde o ventre materno as pessoas já são influenciadas.
Definiram tudo, mas (quem) definiram?
Outros de mim, mas que não são eu.
Somos da mesma espécie, eu e os outros, mas não temos a mesma história de vida.
Quem foi o "dono da razão" ao dizer que meninos devem gostar de futebol só porque
nasceram com a genitalia masculina?
E quanto as meninas, para se sentirem bem é necessário obter aquele liso perfeito no cabelo.
Para muitas é um castigo divino terem nascido com cabelos cacheados!
Tudo construído, tudo invenção!
Meninos não tem que jogar bola se não quiserem,
Meninas não precisam usar cabelos lisos para serem belas.
Tudo é alienação.
Sou um iniciado na vida, que nem a Lóri, aquela que quando nasceu já era alienada.
Mas não só ela.
quando nasci e me deram um nome, do qual nem pude escolher,
me alienaram de mim.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Vida Moderna

segunda-feira, 31 de maio de 2010
Dança Moderna

"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"
Sinta a vida, transmita sensações, se expresse. Dance!


quinta-feira, 27 de maio de 2010
Meus devaneios de hoje

terça-feira, 18 de maio de 2010
Perigosas Palavras

Olhe mais um pouco, mas não muito.
Instantes podem ter a mesma intensidade que as 24 horas que compõe o ciclo entre o dia e a noite.
Tente enxergar além.
Além do corpo, dos suspiros...
além da alma.
Reflito sim, nunca tente me tirar esse hábito.
Até porque nunca iria conseguir!
Perceba que sou real.
Sou composto. Sou misto. Sou vivo!
Bilhões de células, neurônios demais.
Pensamentos nem sempre funcionais,
aliados as minhas experiências de vida me fazem único.
Passa o tempo e me torno adulto.
Mas o menino que há em mim grita.
Ele gritaaaaa
Tão alto que assusta os vizinhos a noite.
Não quero calá-lo. Quero entender o que ele tem a dizer!
Bom filho de falante que sou, uso as palavras a meu favor.
Embora, as vezes, eu tenha a sensação de ser enganado por elas.
Já não sei mais quem comanda.
Sou dominante, sou submisso.
Palavras, perigosas palavras!
Entre as linhas, muitas vezes dispersas e tortuosas, posso caminhar.
De passos lentos, para apreciar a paisagem, vou indo.
Palavras.
Ou domino elas,
ou dominado serei eu!
terça-feira, 11 de maio de 2010
Me leva!
Ontem estive do seu lado.
Te ofereci o que você nunca mais poderá encontrar em outro alguém.
Me leva,
Me leva.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Poção do Amor

Nó na garganta miscigenada a uma vontade intensa de gritar, de viver...
de amar.
Um pensamento salta ao consciente humano. Todas as pessoas estão sujeitas a se embriagarem com o vinho do amor! Para compreender melhor os efeitos do amor romântico, trago aqui algumas concepções da Psicologia Jungiana. Para Jung existem duas forças opostas na psiquê, porém é necessário que estas forças se unifiquem. Ele constatou que a psiquê é andrógina, ou seja, possui componentes masculinos e femininos. Os opostos se equilibram e se completam mutuamente.
" Só o que está separado pode ser devidamente unido"
É como se procurassemos algo cuja falta é sentida o tempo todo, como se buscassemos a totalidade do ser.
A cultura ocidental é fortemente influênciada pelo romantismo. O ideal do amor romântico surgiu em nossa cultura por volta do século XII com o "amor côrtes". A cortesia no relacionamento baseava no culto de um amor além do humano, era um amor divino, espiritual. O cavalheiro e sua amada não podiam ter nenhum contato físico, pois a mulher era a representação da perfeição. Tocá-la era o mesmo que reduzi-lá a uma mortal. Ela podia se casar com outra pessoa, mas a chama ardente do amor entre eles deveria ser cultivada até a morte. Pode-se perceber até hoje a influência do amor cortês em nossa cultura. Quando alguém bebe da Poção do Amor é como se forças psicológicas fossem ativadas. A pessoa amada deixa de ser humana aos olhos do apaixonado. Tudo é tão belo e surreal! A medida que a poção age nos apaixonados, ela faz com que sejam projetados na pessoa amada, diversos desejos inconscientes. Tem-se a sensação da "metade da laranja" encontrada, a parte que faltava para completar o que antes era incompleto. É idealizado alguém que vai além do humano, uma vez que a pessoa amada, é a representação de algo divino. Tudo será tão perfeito assim para sempre? Claro que não. O vinho embriaga, faz bem, alegra e transforma. Porém deixa ressaca no dia seguinte, pode-se dizer que algo parecido ocorre com os enamorados. A Poção do Amor tem prazo de validade. Um ser humano é visto como aquele capaz de dar sentido a vida do apaixonado. Exigi-se tanto da outra pessoa, tanta responsabilidade lhe é dada. Robert A. Johson citou em um de seus livros" É por isso que homens e mulheres exigem coisas tão impossíveis de seus relacionamentos: nós realmente acreditamos inconscientemente, que esse ser humano mortal tem a obrigação de nos manter sempre felizes, de tornar nossa vida significativa, vibrante e plena de êxtase". Até que ponto a pessoa amada será capaz se sustentar nossa demanda? Quando o encanto se dispersa e passamos a enxergar o outro como ele realmente é (humano e limitado como qualquer pessoa) o relacionamento muda. É comum ouvir frases de namorados dizendo " você não é o que eu imaginava que fosse" ou " você mudou tanto". Isso acontece quando o efeito delicioso do vinho passa, a projeção se transforma. Porém as pessoas podem conviver bem, muito bem, mesmo tendo passado a sensação de paixão avassaladora. Digo mais, se depois do encanto passar ainda houver sentimento de querer e aceitação pelo outro da forma que ele realmente é, existe aí uma oportuniade de constr

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Recebi o primeiro PRÊMIO DARDOS do
Richard Mathenhauer
(http://wwwurbietorbi.blogspot.com/)
Fico lisongeado por ter sido indicado, afinal só tenho o blog a 3 meses!
Prêmio dardos: Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.E tem três regras.
Aqui vão as regras:
- Exibir a imagem do selo no blog.
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.
- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar indicação, e avisá-los.
http://nobodyknowsbutme2.blogspot.com/
http://becoexistencial.blogspot.com
http://cadernodacapaverde.blogspot.com
http://carascomoeu.com.br
http://claricelispector.blogspot.com
http://fazinhu.blogspot.com
http://momentoscompartilhados.blogspot.com
http://poetasinsanos.blogspot.com
http://castellosdeareia.blogspot.com
http://contaespanta.blogspot.com
Obrigado Richard!
quarta-feira, 28 de abril de 2010
O casamento
A essa altura eu já estava quase deitado no banco, pensando em coisas que digamos, não eram muito apropriadas para a ocasião. Pensava até naquelas revistas pornográficas que escondo em baixo do colchão. Alguma coisa acontece, todos olham para trás e... finalmente a noiva chegou! A musiquinha chata se transforma em notas até agitadas, beirando ao Jazz e então a noiva entra. A igreja vira um alvoroço. A platéia se dividiu entre risos e expressões escandalizadas. O noivo todo pálido e boquiaberto não sabia o que fazer. Achei estranho, pois geralmente não é assim que os convidados recebem a noiva. Olhei para trás e, meu Deus!
O que era aquilo? Não sabia nem decifrar o que eu estava sentindo naquele momento. Uma mistura de susto, euforia e até medo tomou conta de mim. Ela estava vestida de preto! Parecia mais que ia a um velório. Ela sempre gostou de ser diferente. Tinha um estilo meio Gótico e as vezes usava roupas estranhas, claramente influênciada pela Lady Gaga. Mas as opiniões na igreja foram unânimes, aquilo era demais para a mente daquelas pessoas do interior. Casar-se de preto? Isso não, era quebrar os costumes, ir contra as regras da sociedade!
Depois dos reclames quase intermináveis do padre, a cerimônia continuou. O noivo, já acostumado com as maluquices da amada agiu naturalmente, passado o susto. A cerimônia terminou. Enquanto os noivos davam seus cumprimentos, as pessoas iam saindo da igreja em direção as suas casas. Tudo como antes, foram vivendo suas vidas, dia após dia.
domingo, 25 de abril de 2010
Reflexo

Olhar atento.
Penetrando a penumbra visualizada.
Essa mancha está em mim ou
será que o espelho ainda não foi limpo?
Nem ligo.
Existem impurezas em mim.
Herança da neurose ou não,
não posso fazer muita coisa.
Percepções, acepções e interpretações.
O passado como um filme,
eu como expectador.
Posso vê-lo em fragmentos diante de mim,
passando, passando...
Pretérito imperfeito.
Passado do presente.
Meus olhos me fitam. Eles ficam tão bonitos com o reflexo do sol.
Iluminados.
Castanhos claros, beirando a cor de mel.
São mesmo meus?
Sou feio,
Sou bonito.
Tudo é uma questão de opinião.
Assertivas palavras me permitem dizer.
Diferente de ontem,
hoje olho no espelho
e gosto do que vejo!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Eu's

Gosto de escrever.
Escrevo porque gosto!
As palavras traduzem, dizem e expressam o que sinto.
No mundo das letras são tantas as possibilidades.
Sem restrições ou aversões. Posso ser o que eu quiser.
Fantástico, não?
Fernando Pessoa criou três heterónimos.
Ricardo Reis, um vago moreno mate disse:
"Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo. "
Inspirado em seus versos me arrisco a dizer,
posso ser vários mesmo sendo um.
Sou um, sou tantos.
As vozes que ecoam dentro de mim,
não abafam minha voz.
Quero me aventurar em lugares desconhecidos.
Os versos me convidam a isso.
Escrever é me expressar de peculiar maneira.
As letras tem significados prolixos. Elas são liberdade!
Externalizo o que quero e desconto tudo no papel.
É inevitável dizer que a escrita me faz bem.
Escrever me leva a pensar.
Pensar me leva a sentir.
Sentir me leva a ter certeza que existe vida dentro de mim.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Puro existencialismo

segunda-feira, 5 de abril de 2010
Amo-te

Amor, luz, desejo.
O que é o amor?
Desconheço.
Risos, poesias, lágrimas.
Pouco se sabe, muito se diz saber.
Projeção...
Amamos o outro ou a sensação de estar apaixonado?
Querer, saber, prazer.
Espera-se muito do outro.
Romantismo...
Melhor seria uma fusão completa com a pessoa amada.
Amor perfeito?
Na dúvida, melhor duvidar.
Alegria,
não está no outro e sim em você mesmo.
Ser feliz,
é uma escolha, como tudo na vida. Então todas as consequências de seus atos são somente de sua inteira responsabilidade.
Trevas e dúvidas,
quem não as tem dentro de si ?
Verdade,
nem única nem universal, apenas é subjetiva.
Amor, paixão, ilusão.
Reciprocidade.
Ama-me?
Então talvez, Amo-te também.
terça-feira, 23 de março de 2010
Um vir-a-ser... Final

Certo dia em sua casa tomou coragem e deixou as palavras saírem:
" Quer namorar comigo?"
Gil ficou sem palavras por alguns instantes e disse:
"Acho muito cedo ainda Jairo"
Cedo? Não era cedo. Eles se conheciam a algum tempo. Estavam gostando de se encontrarem. Como poderia ser cedo? A intimidade já existia.
Kaio controlou bem a situação. Gil deixou escapar o que Sigmund Freud chamou de Ato Falho. Vários pontos cheio de significado que ocorrem quando se diz o que não quer dizer. Era como se o dito viesse acompanhado de um não dito também.
Gil acabou confessando tudo que estava acontecendo. Kaio não se enfureceu, mas como poderia?
Disse que Luanna tinha sido feita para ela, mas admitiu não ser possível acontecer nada entre elas. O silêncio reinou entre eles.
Onde Gil estava querendo levar Kaio? Queria só enganá-lo? Ou tentar esquecer Luanna com ele?
Provavelmente esssas perguntas não terão respostas.
Incomodava saber que alguém tão distante podia manter uma relação mais entrosada com Gil do que ele. Kaio passou a odiar Luanna sem ao menos conhecê-la. Talvez ódio não seja a palavra mais apropriada.
Era inaceitável isso. Beirava ao ridículo. Como ela poderia deixar de ficar com ele para ficar imaginando um dia encontrar Luanna? Kaio resolveu então se afastar. Acreditava ser a única forma de resolver isso. Gil estava muito confusa e kaio não podia exigir nada dela. Afinal ela era livre e ele também.
Os bons momentos vividos entre eles existiram. Estarão guardados.
Kaio de um lado e Gil de outro.
Quanto a Luanna para ele tanto faz o que aconteceu com ela!
Por fim, tantos planos, momentos e carícias ficaram latentes. Estão latentes porque não estão mortos. Como um livro, uma história que foi interrompida, mas continua a disposição para continuar.
Um vir-a-ser que poderia ter sido.
Um vir-a-ser que talvez que talvez nunca será.
Um vir-a-ser... Parte 2
Um vir-a-ser... Parte 1

Foi assim. Durante uma conversa no messenger que tudo começou. Gil estava realmente empolgada por conhecer Kaio. A moça, que não é boba, logo marcou um encontro com o pretendente. O lugar escolhido para se conhecerem foi na praça próxima a casa dele. Kaio adorava aquela praça. Gostava de ver as pessoas passeando com o cachorro, sentadas lendo alguma coisa, namorando. Gostava também de olhar o céu nublado em dias de chuva. Parecia esquecer o mundo a sua volta quando uma voz baixa e acanhada diz: " Oi você é o kaio, não é?"
Mudança não Metamorfose!

De repente mudou!
Eu acreditava ter uma base, um solo firme onde pudesse me apoiar.
Tudo desmoronou.
Mas acredite, isso me fez bem.
Muitos valores entraram em conflito, concepções mudaram e por um tempo era como se tivesse regredido.
Sentir-se perdido? Normal.
Ter medo do desconhecido? Normal.
Não saber com clareza o que se sente? Normal.
É tudo tão humano, tão preciso. Por isso é normal!
Alias, alguém tem extrema certeza do que é normal?
A mudança é necessária, e digo mudança não metamorfose.
Personalidade nenhuma muda da água para o vinho!
Por isso, mesmo tendo contestado meus conceitos, valores e crenças (será que são mesmo meus?)
ainda sou o mesmo.
Estou indo, indo, indo... em direção a algum lugar.
As lembranças dentro de mim não se esvairaram.
Continuo gostando de bolo de chocolate e sorvete com bastante castanha de cajú.
Então o que mudou?
A mudança, a construção e o processo não param.
Por hora posso afirmar, a forma de enxergar o mundo e a mim mesmo está mudando.
E mudando para melhor!
Imagem retirada do Fragmentos Intemporais: Mario Benedetti
sexta-feira, 19 de março de 2010
Sempre assim

Passa a noite e o dia vem.
O sol nunca tarda a nascer, até quando eu não sei.
Levanto, visto uma calça qualquer, tomo café ou chá?
Perco o ônibus, me atraso sempre.
Nas ruas tantas pessoas, nem sei quem são. Só sei que são muitas!
Diferentes cores, raças e amores. Viva a diversidade.
Um Blá Blá Blá,
que muitas vezes faz sentido. Me sinto livre, mas algo me prende.
O que é ser livre?
As vezes me amo, as vezes me odeio.
Sou tão complexo, mas me dou bem comigo mesmo.
Só sei que quero mudar. Mudar de casa, mudar de roupa, de cabelo...
Deus me livre da mesmisse!
Não tenho horários, o relógio não consegue mandar em mim.
Corro, danço e canto... ao meu jeito, claro.
Amadurecer dói, mas acaso algo na vida é fácil?
O dia vai a noite vem
Tudo fica escuro, sombrio, acho engraçado. Não tem seres estranhos andando pela casa.
As vezes em meus sonhos esses seres aparecem. Só que nem sempre são estranhos!
Me deito, me cubro e ...
Não é que o sol invade minha janela de novo!
quinta-feira, 11 de março de 2010
22

quarta-feira, 10 de março de 2010
Solitude
... Quem nunca se sentiu assim?
Todos independente de classe econômia, cor, descendência e estatus social estão sujeitos a sentirem solidão.
Sentir-se sozinho não é o mesmo que estar sozinho. O pior tipo desse sentimento se manifestar acontece quando estamos cercados de pessoas por todo lado, mas mesmo assim nos sentimos solitários.
Parece que de repente as pessoas perdem a sensibilidade de entender, ouvir, e simplesmente perceber que algo não está bem.
Pode acontecer também de não conseguirmos transmitir aos outros aquilo que se passa dentro de nós, pois nem sempre é fácil distinguir o que a gente mesmo esta sentindo.
Mas sabe o que acredito ser pior nessa historia? É descobrir que as pessoas ao nosso redor, aquelas que estão do nosso lado, seja na fila das casas lotéricas ou sentadas próximas a nós na lanchonete podem estar na mesma situação. Sentem-se só mesmo tendo várias pessoas ao lado delas.
É como se as relações não fossem satisfatórias, os diálogos não fossem sinceros, a escuta não fosse genuína. Talvez seja tudo isso, talvez não seja nada disso.
Nem mesmo os inúmeros sites de relacionamentos ( saõ tantos!) do qual não conseguimos viver sem, suprem essa necessidade de presença. Me parece que quanto mais buscamos formas alternativas de interaçao (Msn, Orkut, Twitter, facebook...) mais nos sentimos....
Sozinhos!
terça-feira, 9 de março de 2010
O dia em que o diálogo virou um monólogo...


Sei lá... tinha uma urgência, uma necessidade de não sei bem o que. Só sei que tinha!
Sempre fui meio cético quanto ao amor. Para mim é apenas uma forma Hollywoodiana usada pelos meios de comunicação para vender mais e mais.
Talvez por que eu nunca o tivesse sentido. Talvez por que não tinha achado a pessoa
certa... São tantos clichês!
Bem, depois de me envolver demais, senti algo diferente em mim.
Descobri que posso ser tudo que não queria
ser: romântico.
Me senti dominado por uma vontade de estar junto, o tempo
todo! Era como uma crise de abstinência, só passava quanto consumia você de
alguma forma. Minha droga!
Clarice Lispector me avisou " Saudade é um
pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é
tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda...". Exatamente assim. Ainda não havia sentido nada parecido por ninguém, isso é ainda novo pra mim. Será que me ensinaram errado? Me disseram que o amor é o sentimento mais nobre que existe, mais lindo e benevolente. Comigo não foi assim não. O meu querer estava exagerado, e bem sei, tudo em excesso não é saudável.
Então, o que sentia não tinha muito a ver com o que me ensinaram sobre o amor!
Então não era amor, ou era apenas uma forma peculiar de amar? Esperei tanto pelo
nosso diálogo, o momento de ouvir algo que me trouxesse a sensação de liberdade
que nos momentos que passamos juntos encontrei.
Mas o diálogo acabou se tornando um monólogo. Seu silêncio, me disse tudo! Minhas palavras foram sinceras! Tinha
que ter entendido, que quando digo "tanto faz" é porque me importo. quando digo
" tô nem aí" no fundo estou me corroendo. E quando digo " gosto de você" isso é
maior que parece ser! Se da minha boca sair "Gosto MUITO de você" é por que não
consegui dizer, o que queria dizer... Tinha que ter entendido.
FACES DECADENTES

Há algum tempo venho buscando formas alternativas de me expressar. Criar um personagem, ou uma máscara, onde eu pudesse me esconder e dizer o que eu quisesse me pareceu interessante. Mas que graça teria expressar sentimentos e opiniões sem dizer a todos que tudo isso veio de mim? Não estaria sendo sincero. Então, resolvi criar o Faces, uma tentativa de encontro comigo mesmo.
Faces não designa várias personalidades, ou vários rostos. Apenas uma figuração de que mesmo sendo uno, existe pluralidade em mim, e em você. Isso é fantástico porque assim consigo gostar de tantas coisas ao mesmo tempo, sem me prender ou até mesmo me preocupar em ser coerente o tempo todo. Gosto de Psicologia e dança (coisas totalmente distintas) e não há problema algum nisso! Adoro estar na presença de meus amigos, mas também não abro mão dos maravilhosos momentos que passo comigo mesmo, sozinho.
O melhor de tudo é saber que não tenho que ser do mesmo jeito para sempre. Todo ser está em constante modificação, ao mesmo tempo sem deixar sua essência se perder. São como Faces decadentes, como folhas no outono. Sempre passam, sempre se renovam.