
Certo dia em sua casa tomou coragem e deixou as palavras saírem:
" Quer namorar comigo?"
Gil ficou sem palavras por alguns instantes e disse:
"Acho muito cedo ainda Jairo"
Cedo? Não era cedo. Eles se conheciam a algum tempo. Estavam gostando de se encontrarem. Como poderia ser cedo? A intimidade já existia.
Kaio controlou bem a situação. Gil deixou escapar o que Sigmund Freud chamou de Ato Falho. Vários pontos cheio de significado que ocorrem quando se diz o que não quer dizer. Era como se o dito viesse acompanhado de um não dito também.
Gil acabou confessando tudo que estava acontecendo. Kaio não se enfureceu, mas como poderia?
Disse que Luanna tinha sido feita para ela, mas admitiu não ser possível acontecer nada entre elas. O silêncio reinou entre eles.
Onde Gil estava querendo levar Kaio? Queria só enganá-lo? Ou tentar esquecer Luanna com ele?
Provavelmente esssas perguntas não terão respostas.
Incomodava saber que alguém tão distante podia manter uma relação mais entrosada com Gil do que ele. Kaio passou a odiar Luanna sem ao menos conhecê-la. Talvez ódio não seja a palavra mais apropriada.
Era inaceitável isso. Beirava ao ridículo. Como ela poderia deixar de ficar com ele para ficar imaginando um dia encontrar Luanna? Kaio resolveu então se afastar. Acreditava ser a única forma de resolver isso. Gil estava muito confusa e kaio não podia exigir nada dela. Afinal ela era livre e ele também.
Os bons momentos vividos entre eles existiram. Estarão guardados.
Kaio de um lado e Gil de outro.
Quanto a Luanna para ele tanto faz o que aconteceu com ela!
Por fim, tantos planos, momentos e carícias ficaram latentes. Estão latentes porque não estão mortos. Como um livro, uma história que foi interrompida, mas continua a disposição para continuar.
Um vir-a-ser que poderia ter sido.
Um vir-a-ser que talvez que talvez nunca será.