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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dança Moderna



"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"

Com a intensidade das palavras de Isadora Duncan trago a vocês, queridos leitores, uma sutil introdução a dança moderna. A dança clássica era a maior expressão corporal existente. Encantava multidões com sua elegância em técnicas de elevação, equilíbrio, harmonia e graça. Com o surgimento da dança moderna ocorreu um rompimento com o clássico, sendo assim os movimentos preexistentes foram " deixados de lado". Esse estilo de dança busca expressar o cotidiano das pessoas, considerando seu contexto sociocultural e afetivo. O dançarino moderno deve exercitar técnicas de contração e relaxamento muscular, buscando sentir cada movimento de seu corpo. Dançar com consciência, teatralizar o sentimento. Transformar a melodia musical em expressão corporal. François Delsarte, um dos precursores da dança moderna, constata em suas observações que há emoção ligada em cada movimento. Surge então a chave da dança moderna: A intensidade do movimento comanda a intensidade do gesto. Isadora Duncan se inspirava na natureza podendo senti-la e se transformar em elementos da mesma. Uma frase dessa graciosa bailarina me encantou: "A dança é expressão de sua vida pessoal". O praticante de dança moderna segundo Martha Graham deve durante as aulas exercitar a respiração, pois saber respirar influencia a forma como os movimentos serão expressados ao público. Os bailarinos modernos são inteiramente compostos de emoção, espírito, coração e mente.
Sinta a vida, transmita sensações, se expresse. Dance!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Meus devaneios de hoje

Já quis viver por uma eternidade.
Hoje, só um dia, já me basta!
Ilusão. Nada além de ilusão e prentenção.
Afinal por onde andava a lógica de minha existência
quando usei a palavra 'eternidade' ?
Algo é eterno.
Mas como saber o que é algo e a que eterno se aplica?
Ando meio confuso.
Posso ser exatamente o que não quero ser: romântico.
Meus amores, me enamoram!
Gosto de conhecer pessoas.
São vidas, histórias, delícias e sabores!
Nenhum ingrediente é igual.
Mas não me julgue pelo que escrevo, caro leitor.
Essas palavras resultam de altas doses de Cortisol.
Posso parecer rude e seco, mas parecer não é ser.
Não cabe a mim ser coerente o tempo todo em um mundo cheio de
incoerências.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Perigosas Palavras


Olhe de novo. Consegue me ver?
Olhe mais um pouco, mas não muito.
Instantes podem ter a mesma intensidade que as 24 horas que compõe o ciclo entre o dia e a noite.
Tente enxergar além.
Além do corpo, dos suspiros...
além da alma.
Reflito sim, nunca tente me tirar esse hábito.
Até porque nunca iria conseguir!
Perceba que sou real.
Sou composto. Sou misto. Sou vivo!
Bilhões de células, neurônios demais.
Pensamentos nem sempre funcionais,
aliados as minhas experiências de vida me fazem único.
Passa o tempo e me torno adulto.
Mas o menino que há em mim grita.
Ele gritaaaaa
Tão alto que assusta os vizinhos a noite.
Não quero calá-lo. Quero entender o que ele tem a dizer!
Bom filho de falante que sou, uso as palavras a meu favor.
Embora, as vezes, eu tenha a sensação de ser enganado por elas.
Já não sei mais quem comanda.
Sou dominante, sou submisso.
Palavras, perigosas palavras!
Entre as linhas, muitas vezes dispersas e tortuosas, posso caminhar.
De passos lentos, para apreciar a paisagem, vou indo.
Palavras.
Ou domino elas,
ou dominado serei eu!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Me leva!

VOCÊ deixou,
não tive escolha.
Tive que partir.
Passei por caminhos desconhecidos.
A nostalgia me consumiu.
A culpa é sua, toda sua!
Palavras não ditas, sentimentos recalcados.
Ontem estive do seu lado.
Te ofereci o que você nunca mais poderá encontrar em outro alguém.
Segredo nosso, viu?
Meu e seu.
Eu realmente gostei do seu beijo.
Digo mais,
nessa hora seu silêncio era oportuno.
Meu corpo respondia a seus estímulos.
Falava.
Gritava.
Pulsava.
...

Agora fui e não sei como voltar.
Quer saber ou reafirmar o que eu tinha para lhe oferecer?
Me alcance, pois voltar eu não volto!
Será fácil me achar. Deixei migalhas de pão pelo caminho.
Chegue logo, não demore tanto assim!
Pegue em minha mão e seguiremos juntos.
Se a distância só aumentar poderá nunca mais me encontrar.
Estou ficando mais velho, preciso caminhar.
Estou indo rumo a felicidade.
Anjo da guarda,
se me achar caído pelo caminho:
Me leva,
Me leva,
Me leva.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poção do Amor

Coração acelerado, mãos trêmulas, suor em excesso.
Nó na garganta miscigenada a uma vontade intensa de gritar, de viver...
de amar.
Um pensamento salta ao consciente humano. Todas as pessoas estão sujeitas a se embriagarem com o vinho do amor! Para compreender melhor os efeitos do amor romântico, trago aqui algumas concepções da Psicologia Jungiana. Para Jung existem duas forças opostas na psiquê, porém é necessário que estas forças se unifiquem. Ele constatou que a psiquê é andrógina, ou seja, possui componentes masculinos e femininos. Os opostos se equilibram e se completam mutuamente.
" Só o que está separado pode ser devidamente unido"
É como se procurassemos algo cuja falta é sentida o tempo todo, como se buscassemos a totalidade do ser.
A cultura ocidental é fortemente influênciada pelo romantismo. O ideal do amor romântico surgiu em nossa cultura por volta do século XII com o "amor côrtes". A cortesia no relacionamento baseava no culto de um amor além do humano, era um amor divino, espiritual. O cavalheiro e sua amada não podiam ter nenhum contato físico, pois a mulher era a representação da perfeição. Tocá-la era o mesmo que reduzi-lá a uma mortal. Ela podia se casar com outra pessoa, mas a chama ardente do amor entre eles deveria ser cultivada até a morte. Pode-se perceber até hoje a influência do amor cortês em nossa cultura. Quando alguém bebe da Poção do Amor é como se forças psicológicas fossem ativadas. A pessoa amada deixa de ser humana aos olhos do apaixonado. Tudo é tão belo e surreal! A medida que a poção age nos apaixonados, ela faz com que sejam projetados na pessoa amada, diversos desejos inconscientes. Tem-se a sensação da "metade da laranja" encontrada, a parte que faltava para completar o que antes era incompleto. É idealizado alguém que vai além do humano, uma vez que a pessoa amada, é a representação de algo divino. Tudo será tão perfeito assim para sempre? Claro que não. O vinho embriaga, faz bem, alegra e transforma. Porém deixa ressaca no dia seguinte, pode-se dizer que algo parecido ocorre com os enamorados. A Poção do Amor tem prazo de validade. Um ser humano é visto como aquele capaz de dar sentido a vida do apaixonado. Exigi-se tanto da outra pessoa, tanta responsabilidade lhe é dada. Robert A. Johson citou em um de seus livros" É por isso que homens e mulheres exigem coisas tão impossíveis de seus relacionamentos: nós realmente acreditamos inconscientemente, que esse ser humano mortal tem a obrigação de nos manter sempre felizes, de tornar nossa vida significativa, vibrante e plena de êxtase". Até que ponto a pessoa amada será capaz se sustentar nossa demanda? Quando o encanto se dispersa e passamos a enxergar o outro como ele realmente é (humano e limitado como qualquer pessoa) o relacionamento muda. É comum ouvir frases de namorados dizendo " você não é o que eu imaginava que fosse" ou " você mudou tanto". Isso acontece quando o efeito delicioso do vinho passa, a projeção se transforma. Porém as pessoas podem conviver bem, muito bem, mesmo tendo passado a sensação de paixão avassaladora. Digo mais, se depois do encanto passar ainda houver sentimento de querer e aceitação pelo outro da forma que ele realmente é, existe aí uma oportuniade de construir um relacionamento estável.