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domingo, 26 de agosto de 2012

Próxima fase.

Deve ser a respiração ou apenas o coração batendo forte aqui no peito. Fico sentindo cada batimento dentro de mim, ao menos ele bate. Sinto vida, e essa morre a cada segundo que passa ao entrar no trem com destino a lugar algum. Esse viver é que é difícil, mas maravilhosamente difícil é viver! Não quero aqui definir o certo do (in)certo, isso é de cada um, apenas quero escrever sem ao menos saber se alguém irá ler, entretanto é de gente que sou feito então é para gente que eu escrevo.  Tudo que percebo é próprio para mim, é diferente e digo que quero desabafar, só para verificar se o coração 'manera' o ritmo. É estranho perceber como funcionam as convenções sociais, pois elas ditam e editam as pessoas. Lembro-me de certa vez meu terapeuta ter me perguntado se tenho medo de não me tornar um Psicólogo, eu prontamente despido de qualquer face disse: " Não... até por que eu já me sinto um Psicólogo". Estar aware disso trouxe um significado tremendo em minha existência, é como se eu tivesse parado irremediavelmente no tempo e percebido que já sou um profissional. É maravilhoso saber disso, que gosto do que eu faço, gosto de atender meus clientes, eu gosto! Bem sei que a vida é aqui e agora e feita de cara e cora, sendo assim o outro lado da história é o peso de se denominar um profissional em Psicologia. O ladro B da história é que o senso comum acredita que nós não podemos ter nenhum tipo de problema, expressar raiva, insegurança ou angústia, e isso me irrita. Em minha abordagem de trabalho, priorizo a relação Eu-Você, ou seja, de pessoa para pessoa, isso já traz em si implícito questões relativas a humanidade. As pessoas tem um ideal - puramente ideia- que retrata o psicólogo como um ser bem resolvido e possuidor de nenhuma tristeza ou incerteza, e quando em psicoterapia o cliente entra em contato exatamente com sua humanidade e a humanidade do terapeuta é lindo como ele se transforma. O mundo, o tempo todo tende a levar a perca da humanidade, e isso é resgatado no encontro estabelecido entre o psicólogo e seus clientes. Todas essas questões me fazem entender que eu sei o que quero fazer, sei também o que está dando certo em minha vida, e com isso posso evitar algo que não dê certo de acontecer. Sinto que a vida é construída de ponte em ponte, como já escrevi em um post antigo, onde fragmentos se juntam e formam todo o significado que buscamos, até o momento de nossa morte.