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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Saudades...


Como são bons certos momentos da vida.
Vida cheia de momentos, é assim com todos, ou pelo menos deveria ser!
Existem lembranças que eu gostaria tanto que acontecesse novamente, uma delas,
eu lembro todo dia, afinal me marcou profundamente. Nada posso fazer, já faz parte de mim!
Assistir filme deitado na cama com quem se gosta, abraçadinho e perceber aquele olhar advindo de um rosto sonolento pedindo carinho. Isso é inesquecível. 
Também existem momentos que  mesmo se acontecerem de novo, não serão do mesmo jeito como um dia ocorreram. Não digo que serão melhores ou piores, só serão peculiares.
Vida sentida é vida vivida. 
Momentos mágicos eu tenho vivido últimamente, e tenho aprendido com eles também. Aprendido que eu não posso vivê-los de novo, não posso retroceder e viver tudo sem mudar nada. Mas de que adiantaria?
Nada.
Bem sei que a vida acontece no aqui e agora. 
Melhor é sentir saudades de momentos maravilhosos , mesmo eles não existindo em minha realidade atual, do que não ter vivido situações merecedoras de saudades. E se eu lembro com tanto carinho, é porque foi bom!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Talvez

Incertezas. Era o que Ele pensava, mas não poderiam ser certezas incertas também?
Era exigir demais, esse tipo de reflexão não cabia no momento.
Mais uma vez os acontecimentos que antes eram sólidos se tornaram líquidos.
Derreteram mesmo, apesar de ainda poderem se solidificar.
Então se conheceram, mais que isso, se envolveram.
Eles se amaram, eram amantes, amigos e namorados também. Mas o terreno não era seguro,
parecia se mover rápido demais, desestabilizando assim, quem sobre ele estivesse.
Como era bom os carinhos e os abraços que eles compartilhavam um com o outro! Isso ainda existe, e existe porque está vivo. Tudo guardado em forma de lembranças.
Mas o ritmo de um era diferente do outro, pura artimanha do destino, que muitas vezes parece não colaborar nenhum pouco, ou talvez colabore até demais e não é reconhecido.  Um queria amar, e este quando ama é intensamente, enquanto o outro queria só ficar, afinal acabara de sair de um relacionamento longo, há pouco tempo. Os objetivos não eram os mesmos, e essa frase é carregada de sentido!
Meu ritmo não é o seu, o que eu quero não é o que você quer, é basicamente isso!
Não se pode acorrentar o coração de  ninguém.
Talvez se eles tivessem se conhecido em outro momento, ano que vem, ou na próxima década quem sabe, tudo teria sido diferente.
A aprendizagem fica no sentido de que amar alguém não é suficiente para manter uma relação. Ninguém vive só de amor... talvez Eles tanham muito que aprender um com o outro.
Talvez  aprendizagem seja a palavra para descrever  4 meses de relacionamento.
Talvez...


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Minimalismo



Essa semana, enquanto voltava de uma viagem a minha cidade natal, dentro do ônibus eu observava a paisagem pela janela. Sempre gosto de me sentar próximo a janela! O clima estava perfeito, e a poucas coisas gosto de atribuir a palavra perfeito. Podia sentir o vento, uma brisa suave e gélida batendo em meu rosto, bagunçando meu cabelo, e me fazendo ter certeza de que existe vida dentro de mim. Foi então que comecei a refletir sobre alguns aspectos de minha vida, de como me faz bem apreciar coisas simples, digo simples de verdade, de um minimalismo tão grande que se torna invisível aos olhos de muitas pessoas. E não deveria! Lembrei de como era bom os banhos de chuva que eu tomava na infância, de como era bom comer o resto de bolo de chocolate que sobrava, o quanto a natureza me faz bem. Esses momentos Meus, de mim para mim mesmo são essenciais para minha existência, sou um ser sociável logicamente, mas extremamente necessitado de Momentos de solidão. Dos meus momentos eu não abro mão. Olhando as nuvens me perdi numa infinitude de formas e cores, o crepúsculo se aproximava, e o espetáculo parecia não ter fim. Minhas palavras nesse momento me fazem lembrar de Clarice Lispector e sua forma peculiar de abordar assuntos existenciais, tão simples e obvios que tocam qualquer leitor. Adoro quando ela diz que o óbvio é a verdade mais difícil de ser enxergada. E aquilo tudo para mim era obvio, era simples... mas era incrível.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

(Des)construção

Sentir.
Talvez nada pode ser tão perigoso,
do que sentir.
Meio termo não se aplica ao sentimento.
É leve e suave, ou devastador como um furacão.
Eu quero, quero muito que tudo fique bem entre nós.
Estou aprendendo.
Não importa o quão inseguro você está,
Não importa como foram seus relacionamentos antes de mim,
podemos Desconstruir tudo e depois construir de novo.
Construir uma realidade para nós. Só para nós.
Ninguém poderá entrar nela, é Nossa!
Essa construção é mútua, só terá fim quando deixarmos de ser
rascunho e passarmos a ser arte final, no leito de morte.
Vamos Construir ?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ideal da Felicidade

Em nossa cultura há tantas questões incoerentes. Há um tempo, as campanhias publicitárias vem tentando vender o ideal de felicidade. Será isso mesmo possível? O controle que as grandes empresas tem sobre a sociedade é tão grande que parece um roteiro de ficção com padrões Hollywoodianos. Se qualquer pessoa olhar em volta percebe facilmente que não se pode mais estar triste. Sim, digo 'estar' triste e não 'ser' triste. As pessoas tem que demonstrar o tempo todo que estão bem e felizes. Hipocrisia pura!
Ninguém é feliz o tempo todo. Todo ser humano tem momentos de agonia, tristeza, vontade de chorar....
O meio social instala a crença de que qualquer tristeza já é Depressão. Será por isso que a Depressão se torna cada vez mais popular? Tenho certeza que todos nós já conhecemos ou convivemos com alguém que diz (ou disseram pra ele) ter esse transtorno psicológico. A felicidade é muito relativa, cabe a cada um encontrar o que lhe faz bem, a curto e longo prazo. Não é  "abrindo a felicidade" que tem dentro da Coca-Cola que você vai ser feliz, no máximo o consumo exagerado da Felicidade da Coca vai te deixar com gastrite. As pessoas podem e precisam estar sozinhas, se sentir angustiadas as vezes, sentir triste mesmo. A pílula da felicidade não existe e se sentir perdido pode ser o primeiro passo para se encontrar.

Vou caminhar e me deprimir. Eu tô louco pra ficar triste. Eu nunca posso — tem sempre alguém do meu lado que merece ficar triste mais do que eu. Agora que tá todo mundo bem, eu vou aproveitar e me deprimir. Mas vocês não se preocupem, é coisa de uma hora só, no máximo. Eu caminho pelo mato. Me deprimo. Aí deito deprimido, durmo deprimido e acordo morto de fome.
Do curta-metragem Estrada, com direção de Jorge Furt.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Há razão na loucura!

É eu sei.
Só não consigo entender.
Sou prolixo, que nem minha alma também é.
Mente, alma, psiquê... seja lá o nome que se deseja dar,
eu tenho!
Tenho tudo isso, no vazio intangível do meu ser.
É vazio, mas existem espectros lá.
Esquizofrênia, não!
Complexos, talvez!
Loucura, sim!
Os loucos são aqueles que dizem não ao convencional
e partem por caminhos desconhecidos.
Eles descobrem, (des)constroem, provam que o impossível é só
questão de opinião mesmo.
Ser normal é se enquadrar em algo pré-definido por pessoas que nem
me conheceram, não sabiame do que gosto e nem do que preciso.
Então sou louco?
Bem menos do que gostaria de ser.
Queria mesmo ousar mais, me lançar...
e ver até onde consigo chegar!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Decifra-me


E o que era pra ser. Ainda é um pode ser, e talvez logo não será!
Ele não sabia, talvez não quisesse, embora sabia que queria. Mas igualmente incerto,
que nem o dia de amanhã, Ele se encontrava.
Aquela angústia, maldita angústia que fincara no peito, queria sair. Se libertar em forma
de um choro, sem lágrimas, mas é um choro! Um choro de alma, talvez do coração! Mas o coração chora? Pensava Ele. Não entendia, mas sabia. A saudade era tanta que beirava ao insuportável. Aquela pessoa que a tão pouco tempo conhecia, já havia conquistado um espaço maior do que se podia dar! O coração que antes era de pedra, ainda assim continua. Mas é uma pedra que bate, que pulsa e como pulsa! As vezes até dispara. Não o peça para se explicar, Ele não vai conseguir! Explicações não podem traduzir algo que é novo, e é novo porque antes nunca fora sentido, não de forma tão intensa. É um terreno tão lindo que Ele se jogaria de ponta cabeça, mas o medo de quebrar o pescoço o impede, o paralisa. É um misto de sensações, talvez uma invenção delas! Mas era. Existia. E existia porque Ele sentia. Seria amor? Ele não sabia, e nem queria saber. Bastava só sentir! E estava sentindo. Tanto que era até perigoso. Mas o jeito de ser dele parece que atrapalhava, um braço era curto demais. Não se ajeitava! Ou pelo menos achava que não. Sua forma de ser era deveras única, como todos os corpos também o são. Era meigo, doce e sensível, mas ao mesmo tempo era tão rude e inacessível! Talvez estivesse se descobrindo. É deve ser isso, Ele estava se construíndo. Talvez fosse um rascunho, cuja arte final só estaria pronta no leito de morte. Daí não existiria mais, ou não? Talvez depois de pronto Ele fosse morar no céu, ao lado de Madre Teresa e São Francisco. Mas agora, enquanto rascunho, Ele só sabia que Ele sentia, e isso já estava de bom tamanho. De poucas palavras, Ele fere facilmente! Mas tem bom coração, isso tem. Parece que a capacidade de odiá-lo estava intrinsicamente ligada a habilidade de amá-lo. Ele sabia perdoar, sabia respeitar a vida de outros seres que como Ele, eram humanos. Mas era irritável também, sempre sentindo. Não parava de sentir! Até onde isso chegaria? O sentimento se tornava verbal, as palavras proferidas nem sempre eram aquelas que queriam ser ouvidas. Mas de uma coisa Ele não se arrependera, de ser sincero! Foi sentindo que Ele resolveu dizer: " Não consigo decifrá-lo, e isso me irrita. Prefiro me afastar de você".

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

(A)prendendo


Sou livre, mas tenho que colocar grades em minhas janelas.
Sou livre, mas simbolicamente a prisão armou sua tenda ao lado, muito próxima a mim.
Aprendi que a liberdade para muitos é mito!
Estou aprendendo que a liberdade pode ser a destruição de seres que sem a base de valores e normas sociais, ficam sem chão.
Não conseguem se estabilizar sem um referencial!
Agora só as grades em minhas janelas não bastam, tenho também, cerca elétrica em todo arredor de minha casa.
Mas ainda não me sinto seguro. Faltam ainda as câmeras de vigilância e um segurança pessoal.
Dia desses vi um policial a prender um sujeito na rua, perto de casa. Ele vai para um lugar com muita vigilância, cerca elétrica, câmeras e grades. Esse lugar, por incrível que pareça, não é a minha casa.

sábado, 17 de julho de 2010

Sem nomes


Ela é linda né?!
Conversavam sobre uma famosa cantora latina, agora americanizada.
Sentados ali, naquele vermelho chão, dois jovens cheios de euforia mesclada a fortes batidas do coração se encontravam. Os personagens deste conto não tem nomes, pois não é necessário nomear, aqueles que são desconhecidos.
"Sente-se aqui comigo" disse o mais velho.
"Claro" respondeu a pessoa dona de uma voz suave e tranquila, capaz de acalmar o mar em dias de tempestade. Sentaram ali mesmo no chão da varanda e como por atração se abraçaram, ao som da famosa cantora latina. De repente o mundo em volta não importava, nada mais era importante, a não ser a companhia um do outro. O momento era agradável demais, porém mesquinho, não era permitido distração, ambos tinhas que estar inteiramente presentes ali. a presença era sentida na temperatura do corpo, nos beijos saborosos, nos abraços apertados e na troca de olhares. " Seu olho é mais claro que o meu" disse um deles. O tempo, passageiro inquieto, pegou o mais veloz trêm existente e voou. Já era noite! Eles ainda estavam ali, abraçados ouvindo a respiração um do outro. Só a trilha sonora que mudou, por que a vontade e o desejo de permanecerem ali abraçados continuava. Momentos depois, já passava das 20:00 horas (!) as lembranças pairavam pela casa, vazia. No peito a saudade que como fome devora e precisa ser saciada

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vida!


Uma palavra que fala por si. Carrega tantos sentidos que, na tentativa de decifrá-los se tornam quase indecifráveis. Um falar inaudível, um audível falado. É tão bela e sublime, um quase subliminar.
É vida. Nada mais!
É multifacetada, não por conter várias facetas, mas por suportar tamanha variedade de expressão.
Independente de como é concebida, não deixa de ter vida aquele que com ela nasceu. Deixa de ter consciência da existência, o que impede de sentir. Vida que não é sentida não é vivida.
Alegria é perene, um dia ela passa, mas deixa lembranças que a fazem voltar, como uma boa filha volta a sua casa, ou seja, a vida das pessoas.
Vida também é luta. Sou um guerreiro sem armas de fogo, mas com uma chama ardente motivadora dentro de mim. Nada de espadas, escudos ou arpões. As cores são excelentes aliadas, são elas que fazem a magia acontecer. Tem o poder de fazer do cotidiano um espetáculo. Todos os dias o mesmo palco, mas nunca com o mesmo enredo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Iniciado na vida


Tudo já estava construído.
Desde o ventre materno as pessoas já são influenciadas.
Definiram tudo, mas (quem) definiram?
Outros de mim, mas que não são eu.
Somos da mesma espécie, eu e os outros, mas não temos a mesma história de vida.
Quem foi o "dono da razão" ao dizer que meninos devem gostar de futebol só porque
nasceram com a genitalia masculina?
E quanto as meninas, para se sentirem bem é necessário obter aquele liso perfeito no cabelo.
Para muitas é um castigo divino terem nascido com cabelos cacheados!
Tudo construído, tudo invenção!
Meninos não tem que jogar bola se não quiserem,
Meninas não precisam usar cabelos lisos para serem belas.
Tudo é alienação.
Sou um iniciado na vida, que nem a Lóri, aquela que quando nasceu já era alienada.
Mas não só ela.
quando nasci e me deram um nome, do qual nem pude escolher,
me alienaram de mim.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Vida Moderna


Hoje apresentei com outras duas amigas um trabalho na faculdade sobre a ansiedade. Sendo o intuito do blog abordar questões vivenciadas por qualquer ser humano, resolvi falar um pouco do que aprendi. A vida moderna trouxe inumeras facilidades e vantagens as pessoas. A tecnologia, por exemplo, pode ser usada para aproximar os individuos, facilitar atividades cotidianas, tratar e até mesmo prevenir doenças. Qual o preço a pagar? Simplesmente pessoas cada mais atarefadas, vivendo em um ritmo corrido e extremamente estressante. Se pensarmos bem, a vida moderna não nos oferece estabilidade. Para ter acesso a tecnologias de ponta, serviços básicos de qualidade, escola, lazer e cultura é necessário ter poder aquisitivo para isso. O sistema ao qual pertence nosso país precisa da desigualdade para se manter (por isso tantas classes socias que geram a desigualdade), afinal uma empresária bem sucedida precisa de alguém menos favorecido para fazer o trabalho doméstico. Exatamente aí que se pode entender o porque de tantos casos de ansiedade na sociedade moderna contemporânea. As pessoas com alto poder aquisitivo precisam trabalhar em um ritmo agitado para manter seu padrão de vida, enquanto os menos favorecidos precisam trabalhar em um ritmo frenético para alcançar os objetivos. A qualquer momento as pessoas podem ser demitidas, ou substituídas por outras, em casos de doenças. E o ritmo não para... o sistema capitalista continua funcionando, fazendo de tudo para cada vez criar necessidades que levam as pessoas a consumir sempre mais. Staats (1966) adverte que a ansiedade é um estado emocional normal e necessário a sobrevivência de todo ser vivo, pois o adverte ao cumprimento de algumas funções ordenadas da vida... O que o autor quer dizer é que a ansiedade assim como o estresse, não são necessariamente ruins. A ansiedade é adaptativa, o que significa que poderá levar o indivíduo a enfrentar a situação temida e superá-la. O estresse é provocado pela interação de estímulos externos com o emocional da pessoa. Quando algum estímulo é considerado aversivo o organismo ativa o Sistema Nervoso Autônomo Simpático. Os efeitos são conhecidos por todos: sudorese, taquicardia, enjoo, vômitos, visão turva, tonturas.... Os músculos do corpo se enrigessem, ficam tensos. Tudo isso acontece porque o organismo identifica alguma situação como sendo perigosa, e ativa mecanismos para que o indivíduo possa fugir ou lutar (por isso os batimentos cardíacos aumentam e os músculos endurecem). Essas sensações serão sentidas, vez ou outra, por todas as pessoas. Entretanto é necessário controlar o nível de estresse e ansiedade, pois a frequência alta desses sintomas podem levar a quadros patológicos. Existem técnicas muito eficazes que podem fazer o Sistema Nervoso Simpático amenizar o seu funcionamento, fazendo a pessoa entrar em estado de relaxamento. Algumas delas são: respiração diafragmática ( eu uso e aprovo!), Parada de Pensamento, e diversos tipos de relaxamento. A vida moderna não é fácil, exige muito da gente. Então, caro leitor, procure sempre formas alternativas de se sentir bem. Você não é uma máquina, mas precisa de cuidados! Um bom psicólogo pode auxiliá-lo nessa tarefa.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dança Moderna



"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"

Com a intensidade das palavras de Isadora Duncan trago a vocês, queridos leitores, uma sutil introdução a dança moderna. A dança clássica era a maior expressão corporal existente. Encantava multidões com sua elegância em técnicas de elevação, equilíbrio, harmonia e graça. Com o surgimento da dança moderna ocorreu um rompimento com o clássico, sendo assim os movimentos preexistentes foram " deixados de lado". Esse estilo de dança busca expressar o cotidiano das pessoas, considerando seu contexto sociocultural e afetivo. O dançarino moderno deve exercitar técnicas de contração e relaxamento muscular, buscando sentir cada movimento de seu corpo. Dançar com consciência, teatralizar o sentimento. Transformar a melodia musical em expressão corporal. François Delsarte, um dos precursores da dança moderna, constata em suas observações que há emoção ligada em cada movimento. Surge então a chave da dança moderna: A intensidade do movimento comanda a intensidade do gesto. Isadora Duncan se inspirava na natureza podendo senti-la e se transformar em elementos da mesma. Uma frase dessa graciosa bailarina me encantou: "A dança é expressão de sua vida pessoal". O praticante de dança moderna segundo Martha Graham deve durante as aulas exercitar a respiração, pois saber respirar influencia a forma como os movimentos serão expressados ao público. Os bailarinos modernos são inteiramente compostos de emoção, espírito, coração e mente.
Sinta a vida, transmita sensações, se expresse. Dance!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Meus devaneios de hoje

Já quis viver por uma eternidade.
Hoje, só um dia, já me basta!
Ilusão. Nada além de ilusão e prentenção.
Afinal por onde andava a lógica de minha existência
quando usei a palavra 'eternidade' ?
Algo é eterno.
Mas como saber o que é algo e a que eterno se aplica?
Ando meio confuso.
Posso ser exatamente o que não quero ser: romântico.
Meus amores, me enamoram!
Gosto de conhecer pessoas.
São vidas, histórias, delícias e sabores!
Nenhum ingrediente é igual.
Mas não me julgue pelo que escrevo, caro leitor.
Essas palavras resultam de altas doses de Cortisol.
Posso parecer rude e seco, mas parecer não é ser.
Não cabe a mim ser coerente o tempo todo em um mundo cheio de
incoerências.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Perigosas Palavras


Olhe de novo. Consegue me ver?
Olhe mais um pouco, mas não muito.
Instantes podem ter a mesma intensidade que as 24 horas que compõe o ciclo entre o dia e a noite.
Tente enxergar além.
Além do corpo, dos suspiros...
além da alma.
Reflito sim, nunca tente me tirar esse hábito.
Até porque nunca iria conseguir!
Perceba que sou real.
Sou composto. Sou misto. Sou vivo!
Bilhões de células, neurônios demais.
Pensamentos nem sempre funcionais,
aliados as minhas experiências de vida me fazem único.
Passa o tempo e me torno adulto.
Mas o menino que há em mim grita.
Ele gritaaaaa
Tão alto que assusta os vizinhos a noite.
Não quero calá-lo. Quero entender o que ele tem a dizer!
Bom filho de falante que sou, uso as palavras a meu favor.
Embora, as vezes, eu tenha a sensação de ser enganado por elas.
Já não sei mais quem comanda.
Sou dominante, sou submisso.
Palavras, perigosas palavras!
Entre as linhas, muitas vezes dispersas e tortuosas, posso caminhar.
De passos lentos, para apreciar a paisagem, vou indo.
Palavras.
Ou domino elas,
ou dominado serei eu!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Me leva!

VOCÊ deixou,
não tive escolha.
Tive que partir.
Passei por caminhos desconhecidos.
A nostalgia me consumiu.
A culpa é sua, toda sua!
Palavras não ditas, sentimentos recalcados.
Ontem estive do seu lado.
Te ofereci o que você nunca mais poderá encontrar em outro alguém.
Segredo nosso, viu?
Meu e seu.
Eu realmente gostei do seu beijo.
Digo mais,
nessa hora seu silêncio era oportuno.
Meu corpo respondia a seus estímulos.
Falava.
Gritava.
Pulsava.
...

Agora fui e não sei como voltar.
Quer saber ou reafirmar o que eu tinha para lhe oferecer?
Me alcance, pois voltar eu não volto!
Será fácil me achar. Deixei migalhas de pão pelo caminho.
Chegue logo, não demore tanto assim!
Pegue em minha mão e seguiremos juntos.
Se a distância só aumentar poderá nunca mais me encontrar.
Estou ficando mais velho, preciso caminhar.
Estou indo rumo a felicidade.
Anjo da guarda,
se me achar caído pelo caminho:
Me leva,
Me leva,
Me leva.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poção do Amor

Coração acelerado, mãos trêmulas, suor em excesso.
Nó na garganta miscigenada a uma vontade intensa de gritar, de viver...
de amar.
Um pensamento salta ao consciente humano. Todas as pessoas estão sujeitas a se embriagarem com o vinho do amor! Para compreender melhor os efeitos do amor romântico, trago aqui algumas concepções da Psicologia Jungiana. Para Jung existem duas forças opostas na psiquê, porém é necessário que estas forças se unifiquem. Ele constatou que a psiquê é andrógina, ou seja, possui componentes masculinos e femininos. Os opostos se equilibram e se completam mutuamente.
" Só o que está separado pode ser devidamente unido"
É como se procurassemos algo cuja falta é sentida o tempo todo, como se buscassemos a totalidade do ser.
A cultura ocidental é fortemente influênciada pelo romantismo. O ideal do amor romântico surgiu em nossa cultura por volta do século XII com o "amor côrtes". A cortesia no relacionamento baseava no culto de um amor além do humano, era um amor divino, espiritual. O cavalheiro e sua amada não podiam ter nenhum contato físico, pois a mulher era a representação da perfeição. Tocá-la era o mesmo que reduzi-lá a uma mortal. Ela podia se casar com outra pessoa, mas a chama ardente do amor entre eles deveria ser cultivada até a morte. Pode-se perceber até hoje a influência do amor cortês em nossa cultura. Quando alguém bebe da Poção do Amor é como se forças psicológicas fossem ativadas. A pessoa amada deixa de ser humana aos olhos do apaixonado. Tudo é tão belo e surreal! A medida que a poção age nos apaixonados, ela faz com que sejam projetados na pessoa amada, diversos desejos inconscientes. Tem-se a sensação da "metade da laranja" encontrada, a parte que faltava para completar o que antes era incompleto. É idealizado alguém que vai além do humano, uma vez que a pessoa amada, é a representação de algo divino. Tudo será tão perfeito assim para sempre? Claro que não. O vinho embriaga, faz bem, alegra e transforma. Porém deixa ressaca no dia seguinte, pode-se dizer que algo parecido ocorre com os enamorados. A Poção do Amor tem prazo de validade. Um ser humano é visto como aquele capaz de dar sentido a vida do apaixonado. Exigi-se tanto da outra pessoa, tanta responsabilidade lhe é dada. Robert A. Johson citou em um de seus livros" É por isso que homens e mulheres exigem coisas tão impossíveis de seus relacionamentos: nós realmente acreditamos inconscientemente, que esse ser humano mortal tem a obrigação de nos manter sempre felizes, de tornar nossa vida significativa, vibrante e plena de êxtase". Até que ponto a pessoa amada será capaz se sustentar nossa demanda? Quando o encanto se dispersa e passamos a enxergar o outro como ele realmente é (humano e limitado como qualquer pessoa) o relacionamento muda. É comum ouvir frases de namorados dizendo " você não é o que eu imaginava que fosse" ou " você mudou tanto". Isso acontece quando o efeito delicioso do vinho passa, a projeção se transforma. Porém as pessoas podem conviver bem, muito bem, mesmo tendo passado a sensação de paixão avassaladora. Digo mais, se depois do encanto passar ainda houver sentimento de querer e aceitação pelo outro da forma que ele realmente é, existe aí uma oportuniade de construir um relacionamento estável.

sexta-feira, 30 de abril de 2010


Recebi o primeiro PRÊMIO DARDOS do
Richard Mathenhauer
(http://wwwurbietorbi.blogspot.com/)
Fico lisongeado por ter sido indicado, afinal só tenho o blog a 3 meses!

Prêmio dardos: Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.E tem três regras.


Aqui vão as regras:

- Exibir a imagem do selo no blog.
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.
- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar indicação, e avisá-los.



http://nobodyknowsbutme2.blogspot.com/
http://becoexistencial.blogspot.com
http://cadernodacapaverde.blogspot.com
http://carascomoeu.com.br
http://claricelispector.blogspot.com
http://fazinhu.blogspot.com
http://momentoscompartilhados.blogspot.com
http://poetasinsanos.blogspot.com
http://castellosdeareia.blogspot.com
http://contaespanta.blogspot.com

Obrigado Richard!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O casamento

O noivo estava ansioso. Quase uma hora se passara e nada da noiva aparecer. Os convidados não aguentavam mais esperar na igreja lotada e com aquela música de casório suave e chata. Pura dissonância aos ouvidos dos apreciadores de Rock'n' Roll. No meio da multidão, estava eu. Sentado ( quase deitando), prestes a dormir, quando percebo alguns olhares em minha direção. Provavelmente me acharam mal educado. Confesso ter achado estranho, mas pensei comigo: " Isso é normal. As pessoas só vem a casamentos para repararem umas as outras mesmo". E de fato, era mesmo assim. A igreja parecia um desfile de modas. Não estava mais suportando aquele calor, aquela situação, aquela detestável criança tirando meleca do nariz na minha frente. Olhei para o noivo na entrada principal, como ela parecia ridículo todo engomadinho a espera de sua sentença.
A essa altura eu já estava quase deitado no banco, pensando em coisas que digamos, não eram muito apropriadas para a ocasião. Pensava até naquelas revistas pornográficas que escondo em baixo do colchão. Alguma coisa acontece, todos olham para trás e... finalmente a noiva chegou! A musiquinha chata se transforma em notas até agitadas, beirando ao Jazz e então a noiva entra. A igreja vira um alvoroço. A platéia se dividiu entre risos e expressões escandalizadas. O noivo todo pálido e boquiaberto não sabia o que fazer. Achei estranho, pois geralmente não é assim que os convidados recebem a noiva. Olhei para trás e, meu Deus!
O que era aquilo? Não sabia nem decifrar o que eu estava sentindo naquele momento. Uma mistura de susto, euforia e até medo tomou conta de mim. Ela estava vestida de preto! Parecia mais que ia a um velório. Ela sempre gostou de ser diferente. Tinha um estilo meio Gótico e as vezes usava roupas estranhas, claramente influênciada pela Lady Gaga. Mas as opiniões na igreja foram unânimes, aquilo era demais para a mente daquelas pessoas do interior. Casar-se de preto? Isso não, era quebrar os costumes, ir contra as regras da sociedade!
Depois dos reclames quase intermináveis do padre, a cerimônia continuou. O noivo, já acostumado com as maluquices da amada agiu naturalmente, passado o susto. A cerimônia terminou. Enquanto os noivos davam seus cumprimentos, as pessoas iam saindo da igreja em direção as suas casas. Tudo como antes, foram vivendo suas vidas, dia após dia.

domingo, 25 de abril de 2010

Reflexo



Olhar atento.
Penetrando a penumbra visualizada.
Essa mancha está em mim ou
será que o espelho ainda não foi limpo?
Nem ligo.
Existem impurezas em mim.
Herança da neurose ou não,
não posso fazer muita coisa.
Percepções, acepções e interpretações.
O passado como um filme,
eu como expectador.
Posso vê-lo em fragmentos diante de mim,
passando, passando...
Pretérito imperfeito.
Passado do presente.
Meus olhos me fitam. Eles ficam tão bonitos com o reflexo do sol.
Iluminados.
Castanhos claros, beirando a cor de mel.
São mesmo meus?
Sou feio,
Sou bonito.
Tudo é uma questão de opinião.
Assertivas palavras me permitem dizer.
Diferente de ontem,
hoje olho no espelho
e gosto do que vejo!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Eu's


Gosto de escrever.
Escrevo porque gosto!
As palavras traduzem, dizem e expressam o que sinto.
No mundo das letras são tantas as possibilidades.
Sem restrições ou aversões. Posso ser o que eu quiser.
Fantástico, não?
Fernando Pessoa criou três heterónimos.
Ricardo Reis, um vago moreno mate disse:

"Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo. "

Inspirado em seus versos me arrisco a dizer,
posso ser vários mesmo sendo um.
Sou um, sou tantos.
As vozes que ecoam dentro de mim,
não abafam minha voz.
Quero me aventurar em lugares desconhecidos.
Os versos me convidam a isso.
Escrever é me expressar de peculiar maneira.
As letras tem significados prolixos. Elas são liberdade!
Externalizo o que quero e desconto tudo no papel.
É inevitável dizer que a escrita me faz bem.
Escrever me leva a pensar.
Pensar me leva a sentir.
Sentir me leva a ter certeza que existe vida dentro de mim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Puro existencialismo


Existir.
São tantas as coisas que existem.
Mundos de cada um.
Sol e lua de todos.
Alegrias de alguns.
Melancolias de muitos.
Tudo isso existe.
Mas a existência é coexistência!
Meio que dependência.
Uma rede onde as nuances encontram lugar propício para se instalarem.
O mundo só existe como tal, porque existem seres para dar representação a ele.
Mas não se iludam.
Os seres só existem, porque há um mundo onde eles podem viver.
Tem o dia,
porque tem a noite!
Tem o mal,
porque tem o bem.
O que seria da rosa sem o vermelho vivo que a torna deslumbrante?
A chuva não seria a mesma sem o cheirinho de terra molhada. Não para mim.
Eu existo... Tú existe... e NÓS
Existimos.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Amo-te



Amor, luz, desejo.
O que é o amor?
Desconheço.
Risos, poesias, lágrimas.
Pouco se sabe, muito se diz saber.
Projeção...
Amamos o outro ou a sensação de estar apaixonado?
Querer, saber, prazer.
Espera-se muito do outro.
Romantismo...
Melhor seria uma fusão completa com a pessoa amada.
Amor perfeito?
Na dúvida, melhor duvidar.
Alegria,
não está no outro e sim em você mesmo.
Ser feliz,
é uma escolha, como tudo na vida. Então todas as consequências de seus atos são somente de sua inteira responsabilidade.
Trevas e dúvidas,
quem não as tem dentro de si ?
Verdade,
nem única nem universal, apenas é subjetiva.
Amor, paixão, ilusão.
Reciprocidade.
Ama-me?
Então talvez, Amo-te também.

terça-feira, 23 de março de 2010

Um vir-a-ser... Final


Em seus sites de relacionamentos sociais, tantas frases carregadas de emoção! Não podiam ser para ele, pois se fosse não falariam de distância. Kaio sempre esteve ali, tão perto.

Certo dia em sua casa tomou coragem e deixou as palavras saírem:

" Quer namorar comigo?"

Gil ficou sem palavras por alguns instantes e disse:

"Acho muito cedo ainda Jairo"

Cedo? Não era cedo. Eles se conheciam a algum tempo. Estavam gostando de se encontrarem. Como poderia ser cedo? A intimidade já existia.
Kaio controlou bem a situação. Gil deixou escapar o que Sigmund Freud chamou de Ato Falho. Vários pontos cheio de significado que ocorrem quando se diz o que não quer dizer. Era como se o dito viesse acompanhado de um não dito também.
Gil acabou confessando tudo que estava acontecendo. Kaio não se enfureceu, mas como poderia?
Disse que Luanna tinha sido feita para ela, mas admitiu não ser possível acontecer nada entre elas. O silêncio reinou entre eles.
Onde Gil estava querendo levar Kaio? Queria só enganá-lo? Ou tentar esquecer Luanna com ele?
Provavelmente esssas perguntas não terão respostas.
Incomodava saber que alguém tão distante podia manter uma relação mais entrosada com Gil do que ele. Kaio passou a odiar Luanna sem ao menos conhecê-la. Talvez ódio não seja a palavra mais apropriada.
Era inaceitável isso. Beirava ao ridículo. Como ela poderia deixar de ficar com ele para ficar imaginando um dia encontrar Luanna? Kaio resolveu então se afastar. Acreditava ser a única forma de resolver isso. Gil estava muito confusa e kaio não podia exigir nada dela. Afinal ela era livre e ele também.
Os bons momentos vividos entre eles existiram. Estarão guardados.
Kaio de um lado e Gil de outro.
Quanto a Luanna para ele tanto faz o que aconteceu com ela!
Por fim, tantos planos, momentos e carícias ficaram latentes. Estão latentes porque não estão mortos. Como um livro, uma história que foi interrompida, mas continua a disposição para continuar.
Um vir-a-ser que poderia ter sido.
Um vir-a-ser que talvez que talvez nunca será.

Um vir-a-ser... Parte 2


Luanna morava em outro estado. Era extremamente bem resolvida e usava girias até para dar bom dia. Em contrapardida Gil se mostrava confusa e insegura. Chegou uma vez a publicar que estava " sem futuro". Mas como pode alguém estar sem futuro? Independente de ser bom, frustrante, esperado ou não, o futuro sempre há de vir.
Não teve jeito. Uma forte atração, um profundo interesse dominava as jovens. Será que Gil era bissexual e nunca tinha se atentado a isso? Ou será que só estava confundindo uma forte afinidade com algo maior? Ela não sabia, pois era confusa demais.
O silêncio é rompido fazendo com que Kaio e Gil se encontrem novamente. É impressionante, como agora, ele a via de uma ângulo que nunca tinha visto. Ela parecia mais atraente, como uma dama-da-noite exalando seu perfume sedutor.
Os dois se curtiam muito agora, mas Gil ainda teclava com Luanna. Os encontros passaram do banco da praça para a casa dele. Ambos se amavam, deixando-se levar pelo desejo. O bem querer que existia entre eles selava os momentos calientes.
Mas Gil colocaria tudo a perder, pois estava cada vez mais próxima de Luanna. Não próxima fisicamente mas emocionalmente.
Kaio não era bobo. Nunca fora. Já havia percebido o que estava acontecendo...

Um vir-a-ser... Parte 1


Oi tudo bem? De onde és?

Foi assim. Durante uma conversa no messenger que tudo começou. Gil estava realmente empolgada por conhecer Kaio. A moça, que não é boba, logo marcou um encontro com o pretendente. O lugar escolhido para se conhecerem foi na praça próxima a casa dele. Kaio adorava aquela praça. Gostava de ver as pessoas passeando com o cachorro, sentadas lendo alguma coisa, namorando. Gostava também de olhar o céu nublado em dias de chuva. Parecia esquecer o mundo a sua volta quando uma voz baixa e acanhada diz: " Oi você é o kaio, não é?"
E lá estava ela. Parada em sua frente usando uma blusa vermelha, sapatos pretos e uma bolsa provavelmente cheia de bagunças.
Gil e Kaio se sentaram em um dos banquinhos da praça e conversaram. O contato de olho foi inevitável. Gil usava óculos (parecido com aqueles fundo de garrafa) que deixava kaio pensando na possibilidade dela não conseguir enxergar sem eles.

"Então, você mora aqui perto dessa praça?"

"Sim." Respondeu ele em poucas palavras.

Kaio não sabia com certeza o que estava sentindo, mas logo inventou uma desculpa qualquer e se levantou alegando estar atrasado para um compromisso.
Por que diabos ele fez isso? Não havia compromisso algum. Ela parecia diferente no msn, parecia ser mais falante. E o que Gil tinha achado dele?
Vários meses se passaram. Eles ficaram quaze um ano sem se falarem pessoalmente.
Gil era uma pessoa muito eclética. Fazia tanta coisa ao mesmo tempo (cantava, atuava e queria mesmo era ser estrela). Tinha uma vida moderna virtual da qual gostava muito. Foi assim,
teclando que Gil conheceu Luanna...

Mudança não Metamorfose!


De repente mudou!
Eu acreditava ter uma base, um solo firme onde pudesse me apoiar.
Tudo desmoronou.
Mas acredite, isso me fez bem.
Muitos valores entraram em conflito, concepções mudaram e por um tempo era como se tivesse regredido.
Sentir-se perdido? Normal.
Ter medo do desconhecido? Normal.
Não saber com clareza o que se sente? Normal.
É tudo tão humano, tão preciso. Por isso é normal!
Alias, alguém tem extrema certeza do que é normal?
A mudança é necessária, e digo mudança não metamorfose.
Personalidade nenhuma muda da água para o vinho!
Por isso, mesmo tendo contestado meus conceitos, valores e crenças (será que são mesmo meus?)
ainda sou o mesmo.
Estou indo, indo, indo... em direção a algum lugar.
As lembranças dentro de mim não se esvairaram.
Continuo gostando de bolo de chocolate e sorvete com bastante castanha de cajú.
Então o que mudou?
A mudança, a construção e o processo não param.
Por hora posso afirmar, a forma de enxergar o mundo e a mim mesmo está mudando.
E mudando para melhor!

Imagem retirada do Fragmentos Intemporais:

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sempre assim


Passa a noite e o dia vem.
O sol nunca tarda a nascer, até quando eu não sei.
Levanto, visto uma calça qualquer, tomo café ou chá?

Perco o ônibus, me atraso sempre.
Nas ruas tantas pessoas, nem sei quem são. Só sei que são muitas!
Diferentes cores, raças e amores. Viva a diversidade.

Um Blá Blá Blá,
que muitas vezes faz sentido. Me sinto livre, mas algo me prende.
O que é ser livre?

As vezes me amo, as vezes me odeio.
Sou tão complexo, mas me dou bem comigo mesmo.
Só sei que quero mudar. Mudar de casa, mudar de roupa, de cabelo...
Deus me livre da mesmisse!

Não tenho horários, o relógio não consegue mandar em mim.
Corro, danço e canto... ao meu jeito, claro.
Amadurecer dói, mas acaso algo na vida é fácil?

O dia vai a noite vem
Tudo fica escuro, sombrio, acho engraçado. Não tem seres estranhos andando pela casa.
As vezes em meus sonhos esses seres aparecem. Só que nem sempre são estranhos!
Me deito, me cubro e ...
Não é que o sol invade minha janela de novo!

quinta-feira, 11 de março de 2010

22



Criança, adolescente, adulto...

Por etapas nossa história de vida vai sendo construída. Acredito ser a vida um processo, um lento e gradual processo.
Quando nasci meus pulmões se encheram de ar eu chorei, chorei tanto a ponto de ficar com meu pequeno corpo todo envermelhado. Não sabia que ao longo do meu existir, aquela cena se repetiria.

Porém ao ser inserido em um mundo abarrotado de significados, sentidos e convenções sócio-culturais, estabelecidas ao longo de muitos anos fui "moldado".

Aprendi com papai e mamãe (que por sinal também aprenderam com seus antepassados) que azul é cor de menino e rosa é de menina. Me disseram que eu como menino deveria brincar de carrinho, jogar futebol, soltar pipa e não podia chorar. Sendo assim, já que não podia demonstrar meus sentimentos, não vi outra saída senão reprimi-los. Adolescente de poucas palavras, continuei aprendendo que para ser aceito em um grupo de amigos, era preciso gostar das mesmas músicas, usar o mesmo estilo de roupas, sair para balada e azarar.

Aprendi também que homem nasceu para a mulher e mulher nasceu para ser dona de casa, esposa e mãe.
Qualquer pessoa que fuja a essas "regras" são vistas pela sociedade de forma diferente. Nunca entendi o porquê. Mas quem era eu para entender alguma coisa? Agora, enquanto um adulto jovem, percebo o quanto existem interesses por trás de tudo o que me ensinaram.

Começo a ter maior clareza do quanto nos tornamos alienados. As elites fazem das pessoas apenas engrenagens para continuarem alimentando o sistema.
Será que esse choro reprimido que trago em mim não passa de uma construção social? Penso que tudo isso nada mais é do que a forma como me ensinaram a enxergar o mundo e a mim mesmo. Porém, hoje completando 22 anos, isso me motiva. Não sou mais o mesmo de antes, o tempo vôou e nem percebi. Estou hoje melhor do que nunca estive. Sinto ânimo de lutar por uma sociedade melhor. O conhecimento é a principal arma que disponho para isso !

quarta-feira, 10 de março de 2010

Solitude


Alone, Allein, Solo, Seul
... Quem nunca se sentiu assim?


Todos independente de classe econômia, cor, descendência e estatus social estão sujeitos a sentirem solidão.

Sentir-se sozinho não é o mesmo que estar sozinho. O pior tipo desse sentimento se manifestar acontece quando estamos cercados de pessoas por todo lado, mas mesmo assim nos sentimos solitários.

Parece que de repente as pessoas perdem a sensibilidade de entender, ouvir, e simplesmente perceber que algo não está bem.
Pode acontecer também de não conseguirmos transmitir aos outros aquilo que se passa dentro de nós, pois nem sempre é fácil distinguir o que a gente mesmo esta sentindo.

Mas sabe o que acredito ser pior nessa historia? É descobrir que as pessoas ao nosso redor, aquelas que estão do nosso lado, seja na fila das casas lotéricas ou sentadas próximas a nós na lanchonete podem estar na mesma situação. Sentem-se só mesmo tendo várias pessoas ao lado delas.

É como se as relações não fossem satisfatórias, os diálogos não fossem sinceros, a escuta não fosse genuína. Talvez seja tudo isso, talvez não seja nada disso.

Nem mesmo os inúmeros sites de relacionamentos ( saõ tantos!) do qual não conseguimos viver sem, suprem essa necessidade de presença. Me parece que quanto mais buscamos formas alternativas de interaçao (Msn, Orkut, Twitter, facebook...) mais nos sentimos....

Sozinhos!

terça-feira, 9 de março de 2010

O dia em que o diálogo virou um monólogo...




Sei lá... tinha uma urgência, uma necessidade de não sei bem o que. Só sei que tinha!



Sempre fui meio cético quanto ao amor. Para mim é apenas uma forma Hollywoodiana usada pelos meios de comunicação para vender mais e mais.
Talvez por que eu nunca o tivesse sentido. Talvez por que não tinha achado a pessoa
certa... São tantos clichês!
Bem, depois de me envolver demais, senti algo diferente em mim.

Descobri que posso ser tudo que não queria
ser: romântico.
Me senti dominado por uma vontade de estar junto, o tempo
todo! Era como uma crise de abstinência, só passava quanto consumia você de
alguma forma. Minha droga!



Clarice Lispector me avisou " Saudade é um
pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é
tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda...". Exatamente assim. Ainda não havia sentido nada parecido por ninguém, isso é ainda novo pra mim. Será que me ensinaram errado? Me disseram que o amor é o sentimento mais nobre que existe, mais lindo e benevolente. Comigo não foi assim não. O meu querer estava exagerado, e bem sei, tudo em excesso não é saudável.
Então, o que sentia não tinha muito a ver com o que me ensinaram sobre o amor!
Então não era amor, ou era apenas uma forma peculiar de amar? Esperei tanto pelo
nosso diálogo, o momento de ouvir algo que me trouxesse a sensação de liberdade
que nos momentos que passamos juntos encontrei.

Mas o diálogo acabou se tornando um monólogo. Seu silêncio, me disse tudo! Minhas palavras foram sinceras! Tinha
que ter entendido, que quando digo "tanto faz" é porque me importo. quando digo
" tô nem aí" no fundo estou me corroendo. E quando digo " gosto de você" isso é
maior que parece ser! Se da minha boca sair "Gosto MUITO de você" é por que não
consegui dizer, o que queria dizer... Tinha que ter entendido.

Amor rômantico: ainda não sei se acredito em você !

FACES DECADENTES


Há algum tempo venho buscando formas alternativas de me expressar. Criar um personagem, ou uma máscara, onde eu pudesse me esconder e dizer o que eu quisesse me pareceu interessante. Mas que graça teria expressar sentimentos e opiniões sem dizer a todos que tudo isso veio de mim? Não estaria sendo sincero. Então, resolvi criar o Faces, uma tentativa de encontro comigo mesmo.
Faces não designa várias personalidades, ou vários rostos. Apenas uma figuração de que mesmo sendo uno, existe pluralidade em mim, e em você. Isso é fantástico porque assim consigo gostar de tantas coisas ao mesmo tempo, sem me prender ou até mesmo me preocupar em ser coerente o tempo todo. Gosto de Psicologia e dança (coisas totalmente distintas) e não há problema algum nisso! Adoro estar na presença de meus amigos, mas também não abro mão dos maravilhosos momentos que passo comigo mesmo, sozinho.
O melhor de tudo é saber que não tenho que ser do mesmo jeito para sempre. Todo ser está em constante modificação, ao mesmo tempo sem deixar sua essência se perder. São como Faces decadentes, como folhas no outono. Sempre passam, sempre se renovam.