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domingo, 15 de dezembro de 2013

Devaneios em um domingo de Chuva



Horas fingem passar, e eu nem me preocupo em acompanhar o relógio. Lá fora cai gotículas de maravilhas em forma de chuva, me fazendo ficar por alguns instantes na janela a admirar. É lindo ver na dança do vento a água caindo, o cheiro da terra e as lembranças surgindo. Eu me lembro de coisas que ainda não vivi, e me vejo parado em lugares onde eu te vi. E então, uma gota de chuva (ou vida)  molha meu rosto, e eu volto em plena consciência, ao lugar de onde eu nunca deveria ter saido, do momento presente. E é maravilhoso perceber que essas lembranças existiram, mas não estou mais nelas. Eu vejo o caminho, eu vejo a neblina, e eu vejo o sol a iluminar... essa deve ser a ordem das coisas. Sinto saudades, mas sinto vontades ainda maiores de ir em frente... seguindo e indo, até chegar lá. Então enquanto eu devoro leite condensado, eu percebo, mais uma vez, o quanto coisas simples da vida fazem toda a diferença na existência. O óbvio, como bem disse a linda Clarice, é a verdade mais necessária e difícil de ser vista, exatamente por ser óbvio demais.