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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ciclos


Aqui estou, mais uma vez escrevendo. Gosto de ter a sensação de "poder", pois é assim que me sinto quando junto palavras e percebo os sentidos construídos a partir delas! É com esse poder que venho refletir, em palavras, o que mais foi significativo para mim neste ano. Bem, eu aprendi muito. Eu fechei ciclos também, fiz isso com suor, lágrimas e doses diárias de cafeína. Foi maravilhoso concluir meu curso universitário (se bem que ainda não tenho certeza que fui aprovado em Libras) e sentir que eu estou no caminho certo. Eu não me vejo fazendo mais nada nessa vida, nem dançar ficou tão prazeroso para mim do que ser psicólogo! Isso é tão bom e ao mesmo tempo assustador, por que não tenho um plano B, caso  algo não saia como planejado. Descobri mais sobre mim: sou cabeça dura, tenho opinião forte, fecho meu mundo e pouquíssimas pessoas realmente entram nele. Eu gosto de ficar sozinho e temo a solidão, vejo sinais em meu rosto que eu não tinha há dois anos. Eu percebi, também, o quando eu mesmo me boicoto e às vezes me acho um Zé ninguém que é alguém. É estranho perceber que eu mesmo posso ser o meu pior inimigo! Para o ano que vem, quero ser menos mal comigo mesmo, aceitar meu jeito diferente de falar, meu jeito de gostar. Quero ser meu camarada. O que mais levo de especial nesse ano que está terminando é a sensação perfeita de estar no caminho certo, isso é muito gostoso. Eu sinto em mim uma capacidade grande de estabelecer vínculos logo de cara, as pessoas vão com minha cara muito fácil, fico contente com isso, pois percebo que posso ser aceito sendo exclusivamente eu. Outras coisas: sou pisciano, avoado e odeio acordar cedo... sempre chego atrasado. Eu realmente preciso de disciplina! Em resumo, esse ciclo se fecha, 5 anos de faculdade, 5 anos me desafiando a fazer coisas que me causam ansiedade, 5 anos que  mudaram minha vida e meu jeito de lidar com as coisas. Eu amo viver.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Agradecimentos ***




Em primeiro lugar, agradeço Àquele que sempre está a olhar por mim, iluminando meu caminhar. Uns podem chamá-lo “Deus”, outros “cosmos” ou, até mesmo, “energia do universo”, mas para mim é algo tão grandioso que se torna difícil definir, então eu prefiro sentir. Obrigado, Senhor, por esta grande realização em minha vida.
Agradeço às duas pessoas mais maravilhosas existentes nessa terra, a eles eu dedico palavras que raramente saem de minha boca, porque são preciosas e devem ser sinceras. A meu pai e minha mãe, eu digo com todas as letras: AMO MUITO VOCÊS. Sei o quanto batalharam (e ainda batalham) para garantir a felicidade de nossa família. Com vocês, aprendi que com humildade e honestidade se pode ir longe, basta acreditar.
É sempre bom compartilhar palavras e momentos com aqueles que estão a nossa volta, então deixo minha gratidão à minha irmã, que sempre está do meu lado (a gente discute, mas se ama), meus tios, tias, primos e minha avó, pessoas incríveis que eu admiro muito.
Sou grato aos meus amigos e colegas de curso, sinto falta de muitos que por algum motivo não puderam prosseguir a caminhada acadêmica, mas que deixaram marcados muitos momentos.
A meus professores por terem transmitido tanto conhecimento, ao longo desses cinco anos. Agradecimento em especial a Marta Carmo, por ensinar com dedicação, propriedade e coração. Obrigado por ser você, do jeito que é.
E por fim, mas não menos importante agradeço aos meus clientes por terem confiado a mim questões tão sagradas que fizeram de algumas sessões momentos únicos em meu existir. A eles eu agradeço por terem me dado à oportunidade de me encontrar e ter certeza do que quero: ser um privilegiado por escutar histórias de vida


*** Agradecimentos que introduzem meu artigo de conclusão de curso. Foi um momento tão marcante para mim, e gostaria de compartilhar essa vitória com meus amigos leitores!
Enfim Psicólogo!!!

sábado, 10 de novembro de 2012

Estrelas na noite



Théo estava sentado no tapete de seu quarto, ali no chão mesmo todo largado. Era quase duas da manhã, mas ele sentia como se fosse ainda cedo, e de fato era. O sono não vinha, por mais que ele o chamasse, contar carneirinhos havia se tornado tão chato que ele resolveu deixá-los quietos. Théo sentia algo o chamando do lado de fora, mas como podia se não havia ninguém lá!? Será que estou enlouquecendo? ele pensou, até que chegou a conclusão que a loucura é pura sanidade, quando se tem consciência dela. Se sentiu assustado, mas com vontade de voar pela noite, de tocar as estrelas ou apenas sair de si mesmo. No mesmo instante, um pouco distante, existia um outro garoto. Lion não conseguia sair da janela, a noite escura e sombria emitia sons perturbadores, e por algum motivo ele não tinha medo! Então ele sentiu algo que não era seu, um sentimento talvez, não sabia ao certo. Era uma angústia misturada com solidão, ou algo assim. Resolveu olhar para o céu para distrair-se, afim de que isso passasse logo. A noite era bela para ambos: sombria, misteriosa, perigosa, entretanto tão quieta e agradável. Théo decidiu se levantar do tapete ir até a janela, pois queria encarar o que estava lá fora, o chamando. Ele sentiu um calafrio na ponta do dedão até sua nuca, mas foi até a janela deslisando a cortina para olhar a escuridão iluminada lá fora. Então ele olhou fixamente alguns vagalumes que pairavam por ali, e se espantou ao ver, o nada. Enquanto isso Lion sentia que a sensação que ora sentira ficou diferente, mas ele ainda sabia que não era algo que fosse seu, ou o era pelas metades.  Ambos estavam no mesmo lugar, apesar de estarem distantes. Sentiam algo parecido, apesar de diferente. Era um chamado, era medonho, estranho, mas estranhamente bom! Havia uma estrela se destacando no céu, Théo não pôde deixar de repará-la. Era grande, linda e tinha sete pontas. Mas como? ele achou que realmente estivesse louco. Do outro lado da cidade Lion via a mesma estrela enfeitando o céu, era tão bela que ele nem se perguntou porque ela era tão diferente. Então, eles olharam ao mesmo tempo para  a estrela de sete pontas, e um sentimento ágape os inebriou. Foi inexplicável a sensação, era como se um estivesse ligado ao outro! O coração batia forte e um podia sentir os batimentos um do outro. E ali ficaram, em um (des)encontro estranho e surreal por uns 60 minutos. Foi quando a estrela começou a se apagar, mas a sensação continuou por mais alguns minutos fazendo com que Théo se sentisse fortemente abraçado. Não havia ninguém ali de forma concreta, mas havia uma conexão entre eles, Lion de alguma forma soube que a sensação ruim que ele sentira a alguns instantes era de uma pessoa desconhecida por ele, mas muito presente em seus sonhos. Sentiu-se feliz por saber que estava presente na vida de alguém, mesmo que ninguém acreditasse nisso se ele contasse. E então foram para a cama, o sono de Théo resolveu chegar e ele dormiu em profunda harmonia consigo mesmo. Lion fez o mesmo e todas as noites eles vão a janela para se encontrarem á luz ofuscante da estrela.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tons de azul, e de vermelho.


Ando por fora, quase parando. Só quero apreciar os tons, e perder o trem... tanto faz. A paisagem eu deixei de perceber quando eu corria, e ria dos que ficavam para trás. Assim, todavia me via indo, sem nunca chegar a sair do mesmo lugar. Eu vi algumas coisas quando andei lentamente, e era tudo tão óbvio, tão difícil de enxergar, pois meus olhos estavam vendados de um lado. Eu enxergava meias verdades, meias noites e meias luas. Era um mundo pela metade, o que via. Hoje olho com cuidado algumas lembranças, que de longe é passado, pois  formam e deformam a minha maneira de sentir. Eu signifiquei-as, ou melhor ressignifiquei-as hoje de manhã, depois de duas horas de sono mal dormidas. Digo que existe coisas assustadoras e maravilhosas, e assim os são ao mesmo tempo, na mesma medida. Uma situação, é um prisma com inúmeras possibilidades de combinações e interpretações diferentes. Hoje de manhã eu me ressignifiquei, até quando eu não sei. Do belo ao feio, do sombrio ao nefasto, do açúcar ao caramelo, tudo pode ser (re)ssignificado, ou não. Só depende da vontade. Amanhã não sei de nada, mas hoje quero cheiros, azul e vermelho, cama com travesseiro e beijos nos cabelos.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Coisas i(ni)magináveis


... e quando abriu os olhos estava flutuando, achou melhor fechar um deles enquanto o outro permanecia semi aberto. Era estranha a sensação, nunca havia flutuado antes. Os minutos foram passando e somando em horas, até que ele acostumou. Podia sentir o vento gélido da manhã cortando em alegria seu rosto, sentiu também os  pés tocando a relva molhada com gotas de orvalho. Como pode isso acontecer? Pensou... e pensou mais um pouco, até não querer mais. Nesse momento se lembrou daqueles que malham só o corpo e ficam com os músculos grandes, mas o cérebro cada vez menor. Se sentiu bobo, e isso não era ruim. As vezes é preciso ser bobo para aproveitar coisas simples e viajar sem rumo, permanecendo no mesmo lugar. Foi quando viu um lago verde, com cheiro de maça. Foi descendo até tocar de leve a água, e era como se houvesse uma ligação com esse elemento. Decidiu ficar ali mesmo, pois a frente tinha uma montanha cheia de coisas inimagináveis que ele tinha preguiça de saber. Então ele foi descendo, seus pés tocando a água era uma sensação quase que divina. De tão estranho ele estava gostando cada vez mais! Sentou-se a beira do lago e viu peixes em formato de balões saltando sobre a água. Era um refúgio, algo como um outro mundo dentro do mundo, devia ser isso. Ali ele ficou em clima de êxtase, por alguns segundos (ou seriam horas?) até que percebeu ter perdido os chinelos da sorte, por puro descuido. O que iria fazer? Não podia mais flutuar sem eles, e por mais que ele gostasse daquele lugar queria voltar a realidade. Por sorte, essa preocupação não durou muito. O cheiro já não era de maça, mas mesmo assim era bom, então os peixes começaram e explodir e a água sumir, lembrou-se que tudo que é bom dura pouco. Ele não estava triste, afinal esse pouco foi uma incrível experiência, e então ele se percebeu deitado em sua cama, com o cobertor quase ao chão e o relógio marcando 10:30 da manhã, lembrou que deveria estar de pé as 8:00.

domingo, 26 de agosto de 2012

Próxima fase.

Deve ser a respiração ou apenas o coração batendo forte aqui no peito. Fico sentindo cada batimento dentro de mim, ao menos ele bate. Sinto vida, e essa morre a cada segundo que passa ao entrar no trem com destino a lugar algum. Esse viver é que é difícil, mas maravilhosamente difícil é viver! Não quero aqui definir o certo do (in)certo, isso é de cada um, apenas quero escrever sem ao menos saber se alguém irá ler, entretanto é de gente que sou feito então é para gente que eu escrevo.  Tudo que percebo é próprio para mim, é diferente e digo que quero desabafar, só para verificar se o coração 'manera' o ritmo. É estranho perceber como funcionam as convenções sociais, pois elas ditam e editam as pessoas. Lembro-me de certa vez meu terapeuta ter me perguntado se tenho medo de não me tornar um Psicólogo, eu prontamente despido de qualquer face disse: " Não... até por que eu já me sinto um Psicólogo". Estar aware disso trouxe um significado tremendo em minha existência, é como se eu tivesse parado irremediavelmente no tempo e percebido que já sou um profissional. É maravilhoso saber disso, que gosto do que eu faço, gosto de atender meus clientes, eu gosto! Bem sei que a vida é aqui e agora e feita de cara e cora, sendo assim o outro lado da história é o peso de se denominar um profissional em Psicologia. O ladro B da história é que o senso comum acredita que nós não podemos ter nenhum tipo de problema, expressar raiva, insegurança ou angústia, e isso me irrita. Em minha abordagem de trabalho, priorizo a relação Eu-Você, ou seja, de pessoa para pessoa, isso já traz em si implícito questões relativas a humanidade. As pessoas tem um ideal - puramente ideia- que retrata o psicólogo como um ser bem resolvido e possuidor de nenhuma tristeza ou incerteza, e quando em psicoterapia o cliente entra em contato exatamente com sua humanidade e a humanidade do terapeuta é lindo como ele se transforma. O mundo, o tempo todo tende a levar a perca da humanidade, e isso é resgatado no encontro estabelecido entre o psicólogo e seus clientes. Todas essas questões me fazem entender que eu sei o que quero fazer, sei também o que está dando certo em minha vida, e com isso posso evitar algo que não dê certo de acontecer. Sinto que a vida é construída de ponte em ponte, como já escrevi em um post antigo, onde fragmentos se juntam e formam todo o significado que buscamos, até o momento de nossa morte.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Dar sentido é sentir




Dar sentido é sentir. São tantos os pequenos e grandes acontecimentos da vida. Eu queria ser diferente sem deixar ser eu mesmo! Ainda chego lá, acredito que  é possível construir  o ser humano que desejo ser . Hoje parei para pensar e percebi  o quanto é bom ouvir o barulho da chuva,  que apesar de ser o mesmo é diferente de acordo com o jeito em que toca o chão. Percebi que meu humor matinal tem que melhorar, as pessoas que gosto não são obrigadas a tolerar, descobri que gostar de mim é difícil e achei isso bom. Quem gosta de mim gosta de verdade, do contrário se perde na imensidão de minha personalidade muitas vezes prolixa. Hoje também refleti sobre o amor, e descobri que nada sei sobre ele apesar de conhecer muita coisa. Fiquei feliz em saber que alguém está infeliz, por que eu tentei que fosse diferente, mas tentar ser a felicidade de alguém é algo em vão. Isso me faz menos bonzinho?  Hoje eu senti algo que há muito não sentia, eu não  sei se quero dizer o que era, é algo tão meu e quero que assim permaneça. Também fiquei feliz pela felicidade de alguém, isso me torna menos malvadinho? Na madrugada é que percebo, enquanto a chuva continua a cair, que as coisas são instáveis demais. Por que eu não consigo dormir se estou com sono? Por que muitas vezes o meu maior inimigo pode ser visto enquanto eu me olho no espelho? Apesar disso eu estou bem, talvez melhor do que nunca estive!Hoje aprendi que existem pessoas mais confusas que eu, e isso me deixa mais tranquilo, com aquela sensação de que não estou sozinho nessa. Hoje eu planejei meu futuro e vi que isso nada adianta quando se fala em viver, pois a vida não tem receita, não tem regra. A vida tem fome de movimento, está sedenta por sentimento. Diferente de ontem hoje eu acredito no cara que vejo no espelho, sei de sua capacidade de fazer algo importante nem que seja levantar  todas as manhãs disposto a viver mais um dia. E, já que é assim,  que seja um bom dia!