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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Minimalismo



Essa semana, enquanto voltava de uma viagem a minha cidade natal, dentro do ônibus eu observava a paisagem pela janela. Sempre gosto de me sentar próximo a janela! O clima estava perfeito, e a poucas coisas gosto de atribuir a palavra perfeito. Podia sentir o vento, uma brisa suave e gélida batendo em meu rosto, bagunçando meu cabelo, e me fazendo ter certeza de que existe vida dentro de mim. Foi então que comecei a refletir sobre alguns aspectos de minha vida, de como me faz bem apreciar coisas simples, digo simples de verdade, de um minimalismo tão grande que se torna invisível aos olhos de muitas pessoas. E não deveria! Lembrei de como era bom os banhos de chuva que eu tomava na infância, de como era bom comer o resto de bolo de chocolate que sobrava, o quanto a natureza me faz bem. Esses momentos Meus, de mim para mim mesmo são essenciais para minha existência, sou um ser sociável logicamente, mas extremamente necessitado de Momentos de solidão. Dos meus momentos eu não abro mão. Olhando as nuvens me perdi numa infinitude de formas e cores, o crepúsculo se aproximava, e o espetáculo parecia não ter fim. Minhas palavras nesse momento me fazem lembrar de Clarice Lispector e sua forma peculiar de abordar assuntos existenciais, tão simples e obvios que tocam qualquer leitor. Adoro quando ela diz que o óbvio é a verdade mais difícil de ser enxergada. E aquilo tudo para mim era obvio, era simples... mas era incrível.

5 comentários:

  1. Joel

    Estou tentando retornar aos poucos, cada dia visito um ou dois blogs amigos e o seu quase sempre. Lendo seu post me faz me ver, sou igual nesse sentido, preciso de momentos meus, de deixar me pensamento voar e uns dos momentos que mais curtia era quando voltava para o RJ de ônibus, curtia a paisagem da janela sentido minha vida se transformar, meus pensamentos ganhavam eco em mim.

    Saudades também.

    Abraço

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  2. Ai meu caro pena que nem todos possam ver as coisas desse jeito ,não concordas?

    As coisas simples são de fato as mais singelas
    ainda que muitos não a enxerguem.

    Eu creio que todo esse descrédito da simplicidade
    venha desta geração corrida que só pensa em trabalho e lucro.

    Admirei suas palavras. Elas me recordaram
    uma viagem minha. A propósito já vistes
    o céu estrelado nas noites escuras
    sobre a estrada?

    Obs: Obrigada pelo comentário e por seguir meu blog!
    Já estou seguindo o seu!


    http://denisemendes.blogspot.com/

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  3. Ficar sozinho é uma necessidade de todos. Um dever, aliás... É um dos momentos mais importantes para nós; quando entendemos um pouco, confundimos, pensamos e simplesmente... somos. =)

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  4. A gente gosta de complicar, por isso a frase de Lispector acerca do óbvio.

    Mas quero lhe contar sobre "tomar chuva", quando li no seu texto: dia desses saí do trabalho e fui à academia como faço todo dia da semana, e chovia muito... E Eu pensei: vou embora andar na chuva. E fui. Sem medo que os outros me achassem estranho (cidade pequena, sabe como é, né? rs), sem medo de encharcar o tênis, não evitar poças, correr o risco de um resfriado... E foi uma das coisas mais prazerosas que fiz nos últimos tempos.

    Simples. Mas "meu" (como disse você).

    Com afeto,

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  5. Por que, sempre que estamos sós, e em profunda reflexão, vêem em nossa mente imagens da infância?
    Parece gostoso lembrar que fomos crianças e que é o único passado bom a ser lembrado.
    Criança, não tem medo de crítica, nem do errado...criança erra e depois aprende o certo, talvez seja isso...
    Mas é gosto lembrar-mos esses momentos.No meu texto postado hoje, me lembro criança e o famoso algodão doce.
    Tem uma parte em seu texto, que adorei:"Esses momentos Meus, de mim para mim mesmo são essenciais para minha existência"
    Aqui, já explica tudo.
    perfeito e são mesmo.
    Um lindo dia e um abraço.

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