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sábado, 10 de novembro de 2012

Estrelas na noite



Théo estava sentado no tapete de seu quarto, ali no chão mesmo todo largado. Era quase duas da manhã, mas ele sentia como se fosse ainda cedo, e de fato era. O sono não vinha, por mais que ele o chamasse, contar carneirinhos havia se tornado tão chato que ele resolveu deixá-los quietos. Théo sentia algo o chamando do lado de fora, mas como podia se não havia ninguém lá!? Será que estou enlouquecendo? ele pensou, até que chegou a conclusão que a loucura é pura sanidade, quando se tem consciência dela. Se sentiu assustado, mas com vontade de voar pela noite, de tocar as estrelas ou apenas sair de si mesmo. No mesmo instante, um pouco distante, existia um outro garoto. Lion não conseguia sair da janela, a noite escura e sombria emitia sons perturbadores, e por algum motivo ele não tinha medo! Então ele sentiu algo que não era seu, um sentimento talvez, não sabia ao certo. Era uma angústia misturada com solidão, ou algo assim. Resolveu olhar para o céu para distrair-se, afim de que isso passasse logo. A noite era bela para ambos: sombria, misteriosa, perigosa, entretanto tão quieta e agradável. Théo decidiu se levantar do tapete ir até a janela, pois queria encarar o que estava lá fora, o chamando. Ele sentiu um calafrio na ponta do dedão até sua nuca, mas foi até a janela deslisando a cortina para olhar a escuridão iluminada lá fora. Então ele olhou fixamente alguns vagalumes que pairavam por ali, e se espantou ao ver, o nada. Enquanto isso Lion sentia que a sensação que ora sentira ficou diferente, mas ele ainda sabia que não era algo que fosse seu, ou o era pelas metades.  Ambos estavam no mesmo lugar, apesar de estarem distantes. Sentiam algo parecido, apesar de diferente. Era um chamado, era medonho, estranho, mas estranhamente bom! Havia uma estrela se destacando no céu, Théo não pôde deixar de repará-la. Era grande, linda e tinha sete pontas. Mas como? ele achou que realmente estivesse louco. Do outro lado da cidade Lion via a mesma estrela enfeitando o céu, era tão bela que ele nem se perguntou porque ela era tão diferente. Então, eles olharam ao mesmo tempo para  a estrela de sete pontas, e um sentimento ágape os inebriou. Foi inexplicável a sensação, era como se um estivesse ligado ao outro! O coração batia forte e um podia sentir os batimentos um do outro. E ali ficaram, em um (des)encontro estranho e surreal por uns 60 minutos. Foi quando a estrela começou a se apagar, mas a sensação continuou por mais alguns minutos fazendo com que Théo se sentisse fortemente abraçado. Não havia ninguém ali de forma concreta, mas havia uma conexão entre eles, Lion de alguma forma soube que a sensação ruim que ele sentira a alguns instantes era de uma pessoa desconhecida por ele, mas muito presente em seus sonhos. Sentiu-se feliz por saber que estava presente na vida de alguém, mesmo que ninguém acreditasse nisso se ele contasse. E então foram para a cama, o sono de Théo resolveu chegar e ele dormiu em profunda harmonia consigo mesmo. Lion fez o mesmo e todas as noites eles vão a janela para se encontrarem á luz ofuscante da estrela.

6 comentários:

  1. Olá Joel!!

    Passando para agradecer o carinho e conhecer seu blog. Tudo de muito bom gosto. Volto para dar a atenção que merece!

    Um forte abraço!!

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  2. Muito bom esses seus textos. São histórias muito bem escritas. Como já referi uma vez, você tem um especial cuidado com a língua portuguesa. :)

    abraço e continue :3

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  3. Olá Joel.
    Que bem que escreves, meu amigo.
    Gosto :)
    Forte abraço

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  4. Bahhhhhhhhh... show de bola, Joel! Texto que flui... gostos de ler! E depois que assistires aos filmes me conta o que achou! Hugzones e boa semana!

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  5. eu me perdi na história, joel :/

    bjo, querido

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